Manhã de Domingo
Manhã de Domingo.
Enormes avenidas vazias.
Ônibus num vai e vem esparsado de horas.
Muitos seguem rumo às Igrejas na busca da Palavra.
Outros mexem-se para o lado e o cobertor quente sombreia as orelhas gostosamente, do sol que traça seus fachos de luz quarto adentro.
A manhã será de descanso e paz.
Alguns corpos drogados veem o crepúsculo dos dias como simples acasos dos dias, por momentos a sua alma levemente lúcida os faz perceber ainda os elos da sua existência perante o Criador.
Muitas pessoas alimentam-se somente das recordações.
Pessoas queridas que se foram da sua vida, do seu recanto.
Outras erraram e por não quererem machucar mais aos seus entes queridos fogem para longe, para ruas que tem ida, mas poderá não ter mais volta.
Constritas as suas maltratadas emoções são cuspidas nas sarjetas em forma de salivas d'alma.
***
Os hipócritas também tem atitude de caridade.
Algo nós precisamos fazer para tirar o mal das vaidades que delapida tantas almas.
O Homem sem equilibrar o seu meio social pelo bem nunca será um ser social de verdade.
O valor de uma alma que vê o crepúsculo jogada ao chão é igual
do que a de quem ali passa e sorri de tristeza, sem nada fazer,
apenas lamentar.
O mundo todo deve olhar para todos de forma igualitária.
Ninguém vive somente da doçura da esperança.
E todos nós de alguma forma somos culpados pelo mal que nos cerca.
Mais cedo ou mais tarde nós saberemos porque Deus nos fez iguais.
Como um pai que coloca o seu filho na escola para aprender, Deus nos colocou na vida para ensinar a nos conhecer.