Olívia

Não era muito tarde da noite, mas algumas ruas, mal iluminadas, estavam desertas. Ela fazia aquele trajeto todos os dias quando saia do colégio. Até certo ponto era acompanhada por colegas amigas, mas grande parte do caminho percorria sozinha até sua casa. Nesses locais, escuros e ermos, ela apressava o passo e o coração batia mais acelerado.

Ao chegar, por volta das 22 horas, mal enfiou a chave na porta a mãe veio correndo, como se para abri-la dependesse dela.

-- Ainda acordada, mãe?

-- Não é tão tarde, filha.

-- Ah, não é? O que você me diz quando eu chego nesse horário?

-- Sim, eu sei. Não é tarde pra eu ficar acordada dentro de casa, mas é tarde pra você andar pela rua sozinha. Fico preocupada e não consigo dormir.

-- Você sabe que eu venho pra casa assim que termina a aula, não sa-be?

Olívia retirou a mochila das costas e jogou para um lado. Depois, sen-tando-se, arrancou os tênis e jogou-os de qualquer jeito no chão. Era um tanto bagunceira, e sempre largava suas coisas em qualquer parte da casa.

(Trecho do romance "Não Julgueis", em andamento, especialmente para Olívia Suassuna, homônima de minha personagem)

Isidio
Enviado por Isidio em 10/08/2017
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