Lago da Solidão - Encontro inesperado.

Uma hora depois notei uma mulher parada à distância, olhando em direção ao lago. Olhei com atenção e logo percebi que não era Asoiretsim. Virei-me e continuei sentado em meu lugar, contemplando o lago.

Antes que eu percebesse sua aproximação, a mulher já estava em pé, na outra ponta do banco, olhando para mim. Trazia um objeto embrulhado, amarrado com uma fita, em sua mão.

-- Está esperando alguém? – ela perguntou.

-- Estou.

Ela se sentou na outra ponta, e olhou para o buquê que estava ao meu lado.

-- A pessoa que está esperando, não seria... Asoiretsim? – perguntou meio em dúvida. Fiquei surpreso por ela falar esse nome e, sem ação, não sabia o que dizer. Não admitia a possibilidade de outra pessoa conhecer esse nome. -- Não é o rapaz do lago?

-- Sim, mas... como sabe?...

-- Eu... sou a mãe de... de Asoiretsim!

Senti um aperto no coração.

-- Onde ela está?

-- Ela... fez uma viagem... – respondeu sem olhar para mim.

-- Viagem?... e quando volta?

-- Não... não vai voltar.

Se um raio tivesse caído em minha cabeça naquela hora, não faria maior estrago do que as palavras que acabara de ouvir. Senti o sangue fugir, como se estivesse me esvaindo, e a angústia tomou conta de mim.

Isidio
Enviado por Isidio em 31/07/2017
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