Lago da Solidão - Encontro inesperado.
Uma hora depois notei uma mulher parada à distância, olhando em direção ao lago. Olhei com atenção e logo percebi que não era Asoiretsim. Virei-me e continuei sentado em meu lugar, contemplando o lago.
Antes que eu percebesse sua aproximação, a mulher já estava em pé, na outra ponta do banco, olhando para mim. Trazia um objeto embrulhado, amarrado com uma fita, em sua mão.
-- Está esperando alguém? – ela perguntou.
-- Estou.
Ela se sentou na outra ponta, e olhou para o buquê que estava ao meu lado.
-- A pessoa que está esperando, não seria... Asoiretsim? – perguntou meio em dúvida. Fiquei surpreso por ela falar esse nome e, sem ação, não sabia o que dizer. Não admitia a possibilidade de outra pessoa conhecer esse nome. -- Não é o rapaz do lago?
-- Sim, mas... como sabe?...
-- Eu... sou a mãe de... de Asoiretsim!
Senti um aperto no coração.
-- Onde ela está?
-- Ela... fez uma viagem... – respondeu sem olhar para mim.
-- Viagem?... e quando volta?
-- Não... não vai voltar.
Se um raio tivesse caído em minha cabeça naquela hora, não faria maior estrago do que as palavras que acabara de ouvir. Senti o sangue fugir, como se estivesse me esvaindo, e a angústia tomou conta de mim.