BEIJO DE CABOCLA
A flor da boca encarnada, num pantanal de silencio e cios, transpassa os rios dos lábios caudalosos e arrepiantes de uma pororoca salivar, que arrebenta de água quase benta, o puríssimo desejo de um beijo, que se eriça com a revoltosa língua nervosa do jambu, fincada na raiz da pedra furada de lantejoulas os átrios profundos e cavernosos do coração, que "ora pro nobis", só pra citar o latim, já comunga murmurando de joelhos, no céu da boca cabocla estrelada e crepitante de aipim...