Lago da Solidão
Pela primeira vez ela se levantou do banco e se distanciou, indo até à beirada do lago. Apanhou uma pedra e jogou, fazendo-a deslizar sobre a superfície da água. A pedra saiu pulando, e eu contei até mais de cinco toques antes de afundar.
Continuei no mesmo lugar, esperando que ela voltasse. Não me dispus ir até onde estava; não tinha o direito de interromper aquele momento tão especial, de total isolamento, tanto dela como de mim mesmo, surgido por uma necessidade de nossas almas. Todos nós temos esse direito. Quando a solidão não tolera qualquer presença.