Lago da Solidão
-- Você volta aqui amanhã?
Ela sorriu, o mesmo sorriso triste, olhando para o lago, e balançou a cabeça em sentido negativo.
-- Não existe amanhã – disse sem olhar para mim –, nem passado, nem futuro; tudo não passa de uma ilusão, do convencionalismo do tempo.
-- Ainda assim – repliquei – o que há de mais em se apegar a uma ilusão, já que a realidade parece ser tão cruel?
Peguei-me com ansiedade ao esperar o dia seguinte e a hora de voltar ao lago. Tinha que voltar, só para ter certeza de que ela não estaria lá. Precisava alimentar esse pensamento negativo, para não sofrer um grande desapontamento.
Para a maioria das pessoas, Asoiretsim não passaria de uma jovem esquisita, e qualquer contato com ela, naquele lugar, teria sido esquecido como algo fortuito e insignificante. Comigo não acontecia assim.