Lago da Solidão
Ela pareceu observar algo na outra margem do lago. Pássaros pousavam sobre as pedras e dirigiam-se à beira d’água. Depois levantavam voo como que assustados por algum movimento. De um lado a outro do lago não havia vivalma, exceto aquelas pequenas aves. Se o lugar era tão deserto, tão pouco ou nada frequentado, por que colocaram aquele banco ali?
-- Eu chamo esse lago de o lago da solidão – disse ela, continuando a olhar para frente, como se adivinhasse meus pensamentos. – Nunca vi mais de uma pessoa sentada neste banco. – E então, virou-se para mim. – Acho que você e eu fomos os primeiros a quebrar esse encanto.
-- E isso é ruim?
Ela deu de ombros.
(Trecho do meu romance, Lago da Solidão)