Lago da Solidão

Ela pareceu observar algo na outra margem do lago. Pássaros pousavam sobre as pedras e dirigiam-se à beira d’água. Depois levantavam voo como que assustados por algum movimento. De um lado a outro do lago não havia vivalma, exceto aquelas pequenas aves. Se o lugar era tão deserto, tão pouco ou nada frequentado, por que colocaram aquele banco ali?

-- Eu chamo esse lago de o lago da solidão – disse ela, continuando a olhar para frente, como se adivinhasse meus pensamentos. – Nunca vi mais de uma pessoa sentada neste banco. – E então, virou-se para mim. – Acho que você e eu fomos os primeiros a quebrar esse encanto.

-- E isso é ruim?

Ela deu de ombros.

(Trecho do meu romance, Lago da Solidão)

Isidio
Enviado por Isidio em 17/06/2017
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