Intimidades 340
Parecia seco o teu poço e nele, já profunda, a água nada reflectia. Nem céu, nem sol, nem lua. Eu próprio não me via no vazio dos teus olhos. E falei-te dos tempos da memória, dos campos floridos, da estrada, do bom que era beber amor na tua água. E as palavras acordaram o que prendias. Cresceu, líquida, a vontade, o recomeço. Importa-me que ainda te apeteça a antiga sede.