O DOIS É UTOPIAS

O PRÓLOGO<br>

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Sou sozinho, dispo me das horas,<br>

 embora o caminho é meu compaheiro continuo. <br>

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O fantasma da enganação cavalga<br>

sobre os astros que cruzam<br>

as estradas.<br>

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Afasto me do nefasto, pois<br>

a sabedoria odeia seu oponente e<br>

a tolice dos reis.<br>

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O rei pede me adoração,<br>

mas porque adorar suas carnes<br>

que serve o banquete da rapina?<br>

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Olho o Pilar ereto<br>

com seu trincado osso.<br>

não venero o Pilar carnal<br>

nem o seu esfaçelado concreto.<br>

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Procuro a volta<br>

e a volta foge de mim.<br>

O que importa a volta<br>

se fechada esta minha porta?<br>

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Volto e quero rever<br>

o que reneguei,<br>

o que perdi me reencontrou.<br>

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Volto sem ser ordenado

pela voz do sábio

que também é um crente,

pois também os crentes

sem o devido retorno

não crêem.

UM É O DOIS

Não existe o dois eterno,

Os dois são finitos,

pois apenas o um parte

é o outro um fica a Beira

da cova pranteando o um

que já não mais existe.

como o um acaba com os dois,

logo o dois é uma utopia.