AS VEZES SOU PEDRINHA!
Sinto uma pedrinha, uma pedrinha no meu calçado, claro que do lado de dentro, entre a palmilha e o calcâneo.
Cada passada ela está ali, propiciando um claudicar descompassado, transformando o movimento num bielar misto de humano e Droid Astromech R2D2.
Por aqui basta desconectar-me, mas na realidade a pedrinha pode estar de calçado em calçado, colorida, dolorida, de pequena para grande, claro que, conforme minha culpa.
Embora o caminhar quase sempre me denuncie, o olhar não, consigo disfarçar, pena que o claudicar da alma sempre esteja a atormentar-me!
Alivio-me quando sou pedrinha!