PASSAGENS

A ferida tá aberta

A ferida está exposta

mais a pior ferida gangrenosa

é a pergunta sem resposta...

Te fostes para nunca mais voltar

E para onde vais?????????

É lá que estou a te esperar

Com olhos lacrimais...

De todos os mistérios, a morte é o maior e mais indecifrável...

Nunca saberemos quando vai dar o bote

Tal qual o guizo chacoalhante da cascavel....

o tempo a anos luz é o mais ardiloso dos ladrões...

Num piscar de olhos

O mal já aconteceu

Enquanto o bem atrasado

Ao colocar as lentes de contato viu tudo embasado...

Chega de tanta insensatez

Minha lucidez só vai um pouco além

De depois das seis...

Sem você meu ar é rarefeito

Sem tua boca macia sou maresia e frio

Sou silencio e cio... álcool sem efeito...

O infinito

As vezes é um grito

Que quando ecoa de volta estamos surdos

Nada é mais sagrado

Que o som da respiração...

Tem pessoas vivas

Mas, algumas tenho crido...

Que vivem com o prazo de validade vencido

Ela acordou pela pesada gravidade do despertar

Deixou seus sonhos represados estendidos no varal

Embrulhou seu corpo pra viagem, encheu seus pulmões de ar

Vestiu sua roupa de rotina a saiu anonimamente pra trabalhar no seu umbral...

As vezes é tanta, mas tanta dor

Que numa única lágrima cabe um oceano de afogados...

As vezes é tanta a perda

Que deus passa a existir

Quando estamos há um passo da morte

Tem algumas coisas na vida

Que quando nos são arrancadas

Nos tiram até a raiz da alma...

Antigamente a curiosidade

Nos levava a olhar até pelo buraco da fechadura

Com o tempo até a porta escancarada não mais importa...

O amor é tipo, ora pois

Se não queres viver por você

Deixa que eu vivo por nós dois...

Não são os fantasmas sem uniformes

Que vem nos assustar quando dormimos

Somos nós quando estamos acordados que os assustamos quando eles dormem...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 05/04/2016
Código do texto: T5595348
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.