A hora da estrela
Nossa! Realmente mudamos. Acabo de ficar triste ao terminar de ler uma obra que outro de mim já havia lido há uns quinze anos. Este último, confesso, sofreu mais, amou mais, sentiu até os ossos o sofrimento da Macabéa (personagem de "A hora da estrela", de Clarice Lispector). Mulher de pouca existência, nordestina sem rumo e que mal sabia que podia, como todo mundo, chover, chorar... Sim, hoje sofri, não pela leitura, mas com a sensibilidade dos dedos que criaram essa criatura. Tarde bonita, noite perfeita, mesmo que tristonha, na companhia dessa obra-prima... Ainda não leu? Então não leia, vá dormir. Por hoje basta, já chega eu ter se apaixonado por esse fio de pessoa que, por não existir, acabou por me fazer mais existente. Boa noite!