Uma epígrafe de Jacques Attali
No prólogo de “Uma breve história do futuro” o pensador francês Jacques Attali nos faz uma séria advertência:
“Dependendo de como agirmos, nossos filhos e netos herdarão um mundo onde será possível viver ou enfrentarão um inferno. Para deixar-lhes um planeta habitável, é preciso nos darmos ao trabalho de pensar o futuro, de compreender de onde ele vem e como agir sobre ele. [...]
As forças do mercado detêm o planeta ‘nas mãos’. Última expressão do individualismo, essa marcha triunfante do dinheiro [...] acabará com tudo o que pode prejudicá-lo, incluindo os Estados, que ele destruirá aos poucos, até mesmo os Estados Unidos da América. Uma vez transformado na lei única do mundo, o mercado formará o que chamarei de hiperimpério, incompreensível e planetário, criador de riquezas comerciais e de alienações novas, de fortunas e de misérias extremas; no hiperimpério a natureza será regrada, tudo será privado, até mesmo o exército, a polícia e a justiça. O ser humano será, então, coberto de próteses, antes de tornar-se um artefato, vendido em série a consumidores transformados, eles mesmos, em artefatos. Depois, o homem, daí em diante inútil às suas próprias criações, desaparecerá.”