SOBRE A TAL LEGALIZAÇÃO DO CONSUMO

Tresantontem eu dentro da lotação, fecha o sinal e de onde estou, aliás não só eu, mas todos que estão no lado direito do coletivo e até de carros particulares, de carros da imprensa na direção da rede Pampa que passam por ali e eventualmente de autoridades assistimos por 90 segundos o consumo frenético de crack intercalados por pegas em cigarros de maconha e goles de cachaça e outras drogas, não precisa mais do que 90 segundos para perceber o bem que o consumo das drogas causa nas pessoas, talvez fosse melhor que colocassem uma vidraça de visão somente para lá, assim a sociedade poderia observar sem ser observada. Sobre a polícia? Se passa por ali?

- Claro, é evidente que passa, mas aquilo não é caso de polícia, o caso de polícia está do outro lado, na avenida Moab Caldas, naquelas ruelas consumidas pelo trottoir dos Zumbis, que certamente lá não buscam outra coisa que não seja a tal droga.

Outro dia li atentamente a autoridade defendendo que era do arbítrio das pessoas consumirem drogas, pois bem, nem sempre o arbítrio pessoal pode sobrepor-se ao arbítrio social, pois se fosse assim o consumo dos antibióticos não necessitaria de prescrição e sabem por quê?

- Bactérias combatidas de forma incorreta tornar-se-ão mais resistentes e assim ao infectarem outras pessoas poderão até matá-las, pela resistência desenvolvida no corpo de um irresponsável.

As drogas funcionam mais ou menos assim, além de desgraçar o consumidor, podem afetar a sociedade, através de inúmeras maneiras, furtos, roubos e o próprio tráfico para sustentar o consumo, inclusive dentro de casa, perda da capacidade produtiva, então demissões de empregos, ocupando leitos de hospitais, vagas em presídios, não pelo consumo, mas pelos crimes agregados pela demanda das drogas.

Enfim, a sociedade, as autoridades são maduras o suficiente para entenderem que 30% dela que consome ou já consumiu algum tipo de droga não pode encurralar os outros 70% nesta pressão para liberar o consumo, pois amanhã virá pressão para outras drogas.

Um dia desses um consumidor de crack bateu palmas e pediu-me dinheiro para passagem, pois queria ir ao posto de saúde, perguntei o que ele tinha, diarreia sem parar respondeu-me, claro que os 4 reais destinavam-se a uma pedra de crack, então perguntei por que não ia caminhando, pois o posto distava 8 quadras, não consigo chegar até lá. Dei-lhe um antidiarreico para que aguentasse ao chegar ao Posto e lá foi ele.

Depois lembrei-me que estudiosos, autoridades e outros defensores do indefensável pelo menos poderiam saborear uma meia dúzia de supositórios e então experimentar o que o pobre infeliz pedinte sentia, pela degradação que submeteu-se morando nas ruas catando no lixo para obter restos de alimentos que certamente estão infectados por diversas doenças, coisa que fazem entre um porre e outro de crack.

Acredito que não seja fácil, pois a dependência é muito forte.

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 12/09/2015
Reeditado em 12/09/2015
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