A PACIÊNCIA DE NOSSA SENHORA
Os policiais tocaram a campainha e ninguém atendeu, novamente e nada, pela tênue luz que passava sob a porta dava conta que havia movimento no recinto. Mais uma lida no mandado e pé na porta, então duas adolescentes se amontoaram detrás de um sofá e uma mulher correu para o quarto. Sobreveio o gritedo:
- No chão, no chão e mãos na cabeça!
A mulher era uma cafetina e as duas adolescentes eram mantidas em carcere durante o dia e levadas para se prostituirem durante anoite.
Faltava o gigolô, tudo revirado e nada dele, então uma das adolescentes chamou a atenção, pois seus olhos não paravam de entortarem-se na direção de um estreito armário construído em forma de triângulo que na metade superior abrigava uma Nossa Senhora de gesso pintada de azul e branco, então o patrulheiro abriu-o novamente e com os beiços mediu-o dando-se conta que poderia ter um compartimento falso, retirou a santa com todo o cuidado e colocou-a sobre a mesa, aproximou-se do armário tentando encontrar uma forma de abrir o suposto fundo falso e nada, irritado puxou-o e empurrou-o com violência contra o chão fazendo-o partir-se em dois, pronto lá de dentro, primeiro veio um pé, depois a perna e por fim o gigolô, um magricelo que se impunha pela violência, mas depois de algemado estava todo borrado. O armário ainda escondi muito dinheiro e uma arma clandestina.