ELE É DEUS!
A moça trabalhava nas ruas. Sua função era aplicar a lei na época em a Lei Seca Brasileira pretendia punir aqueles que não a respeitassem.
Ela se excedeu. Viu um carro sem placa e se aprestou a multá-lo. Eis que aparece o dono do veiculo que se apresenta como Juiz. Não porta carteira de motorista nem os documentos do carro. A moça chama o guincho. Mas eis que o Juiz não está disposto a admitir que uma reles cidadã, ainda que investida de funções sociais pelo Estado, retire de circulação sua propriedade móvel.
A moça diz para o policial: o senhor poder ser Juiz, mas não é Deus. O policial repete a sentença para o jurisconsulto que decide, ipso facto, dar voz de prisão por desacato.
A moça apela para a Justiça Brasileira. Quatro anos depois sai a sentença: a moça, que não trabalha mais nas ruas mas nas dependências da burocracia oficial, deve pagar uma multa de cinco mil (5000) reais por ter desrespeitado o Senhor Juiz.
O desembargador que emitiu a sentença diz que não agiu por interesses corporativistas e sim analisando friamente os fatos.
Moral da história: Para a Justiça Brasileira, Ele é Deus!
A lei, ora, a lei – Getúlio Vargas.
Viva a Democracia Compulsória!