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BOCA
(Sócrates Di Lima)

A boca que esbraveja palavras indóceis,
Quiçá com tamanha doçura,
É a mesma boca que cala,
Amordaçada,
Na impotência do gritar.
A mesma boca que beija,
Manifesta-se em cusparada,
Amaldiçoa,
Morde,
rasga,
blasfema.
A mesma boca que engole o vinho,
não engole sapo,
Que grita; - Eu te amo,
Também grita:
- Eu te odeio.
A mesma boca que beija em amor,
Também beija na traíção.
A mesma boca que tem uma língua
de carinho,
'tem uma lígua de espinhos,
Magoa,
Maltrata,
Judia,
Provoca escárnio,
Sarcasmos,
Pronunciam palavras malditas,
Quando deveriam ser benditas,
Bom seria sempre,
a boca que faz
sentir e ouvir,
olhar, ver, e enxergar,
apenas a boca que beija,
que ama,
que faz loucuras de amor,
Eu prefiriria trancar com cadeados,
todas as bocas,
Mas o que seríamos de nós,
Se boca não tivessemos,
Para falar de amor.

 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 18/09/2014
Reeditado em 18/09/2014
Código do texto: T4966397
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