Dizeres sobre variados temas:
01 - " A esperança do Broto " - dez./2001
concepção, gestação, dias... meses...
no momento então, contrações, expectativas...
do porto seguro tão escuro
sem alternativas
expulso, nascer, esperanças, crescer.
_Plínio Sgarbi
02 - " Raízes da Paz " - dez./2001
entre as raças, em qualquer religião
onde houver graça daremos a mão
repartiremos o pão, plantaremos o grão
regaremos com a Paz e União...
_Plínio Sgarbi
03 - " A Mulher e a Teia " - dez./2001
como se fosse um vício,
cose teia de intenções, tece supostas razões
arma, trama, deixa vestígio de egocêntricas atitudes
quando sente arranhada a manha
cativa e encanta com duvidosas virtudes
_Plínio Sgarbi
04 - " Envelhecer " - jan./2002
o tempo é curto, não para
a cada ano, um aniversário, passa e marca
não existe a obrigação de ser velho e depois ancião
só há a certeza que um dia tudo acaba com toda a razão
a velhice é a nobreza da vida,
é o ápice da sabedoria.
é o espelho para jovens caminhos...
a velhice é uma dádiva que deve ser concebida
com orgulho e coragem saber
em qualquer etapa, ser, a vida,
viver sempre é e será um prazer
_Plínio Sgarbi
05 - "Fantasias de Carnaval" - fev./2002
ciranda social, enredo do dia-a-dia
em quatro dias esquecemos e vestimos as fantasias
mascarando a agonia, pesadelos e medos
sonhamos em coloridas alegorias
anormal e estranha alegria, apelação nacional
como em ritos tribais - todos irmãos, todos iguais
porque, de concreto é carnaval - depois, tudo volta ao normal
_Plínio Sgarbi
06 - " Coração - Terra de Ninguém " - abr./2002
o leve movimento dos lábios pintados de vermelho
um beijo de batom largado num espelho
marcam e um alguém toma posse de um coração
até então terra de ninguém
_Plínio Sgarbi
07 - " Assistências Sociais " - jul./2002
enraizada no espírito voluntário
compostos por fragmentos de raças, cores e credos
anônimas ações de amor e fraternidade
unem mãos, fortes braços da solidariedade
revelando a generosidade da alma
mantendo vivas as assistências sociais
falidas pelos desgovernos de poderes insanos
_Plínio Sgarbi
08 - " Sete " - ago./2002
metódicos rituais semanais
adverte ao asseado uso
sete pares de meias
sete lenços, sete cuecas
e... precavendo-se dos sete palmos de altura
alguns gardenais
vai uma, duas, três... vai sete fenomenais
_Plínio Sgarbi
09 - " Mascara " - out./2002
nó cego o visto é que invista
na pista não enxergo
quem é em vista
_Plínio Sgarbi
10 - " Portão " - out./2002
passa o tempo, abre e fecha
portão com o vento
saudades afeta
solidão sentimentos infecta
_Plínio Sgarbi
11 -" Pés no Chão " - out./2002
suspensos como um " til "
na palavra ilusão
para interpretar a ação
no meio da multidão
as vezes é compreensível
que não se tenha os pés no chão
_Plínio Sgarbi
12 -" Tempo " - nov./2002
nas gotas da chuva que encheram um oceano
sou demasiado pequeno
a deriva, devaneio
na marcha de um relógio
pensamentos, pulso do tempo
_Plínio Sgarbi
13 -" Espinho da Rosa " - nov./2002
na esquerda mão repousa o verdugo hastil
que alimenta e suporta a cândida rosa
cravando espinho como projétil
na pálida palma rósea
gotas vermelhas por escorrer
avulsão das pétalas em bem-me-quer
ou mal querer
_Plínio Sgarbi
14 -" Tela Arte " - dez./2002
a tona sono - plastia
sonhos em arte - fato
passo o traço cru na tela vazia
divago em cores e em fantasias me farto
tela grita a cria, faço o parto
Mais... Mas !!!
_Plínio Sgarbi
15 -"Espertezas Capitais" - jan./2003
das forças projetos espertezas, grandes áreas da ganância
plataformas que só cultivam ervas daninhas nas cadeias do capital
Ilusões e sonhos são fertilizados pelos dízimos
e pelas malditas manobras de modelagens
verdades das massas reduzidas ao pó
espera-se que a mão do homem do povo ao assinar a reforma
não se contamine pelas epidêmicas teses acadêmicas
para que outras mãos removam o chão para colherem o digno pão
_Plínio Sgarbi
16 -" Vida Viva " - mar./2003
pela mão via - artéria
cedo ou tarde, chega um dia
eleva-se no ar, sobre terra
ver o que antes não havia
sensibilizar-se pelo que não sentia
fome - fogo e água
alma, célula da matéria
_Plínio Sgarbi
17 -" Sonho de Carnaval " - mar./2003
então sonhei um sonho que sonhava
sob a mascara se notava
que a fantasia sempre se mostrava
o sorriso não mais precisava
acabar na quarta-cinzas do carnaval
e nada mais voltar ao normal
_Plínio Sgarbi
18 -" Peões " - mai./2003
peões nas infantarias
santa ingenuidade
qual é a cabeça que pensa
quanto as anuidades
o que se paga para marchar
não vale o que se presta
nesse papel a manchar
_Plínio Sgarbi
19 -"Preces " - jun./2003
erguem-se aos céus
como se fossem galhos secos
desejando que caiam a água benta
em sua face raiz do Ser
fincada nas atitudes
e os transformem em verdejantes
e frutíferos braços da alma
_Plínio Sgarbi
20 -" Cerveja " - set./2003
veja a cerveja
socialmente aceitável
suco de cevada gelado
levemente alcoolizado
fermenta e fomenta
um alívio desejado
_Plínio Sgarbi
21 -" Bandeira " - nov./2003
tão bela poética letra em notas melódicas
canta uma criança um hino
para o gigante ainda dormindo
em sua voz se encontra a esperança
Oh republica!
Ah! se todos nesse mapa pudessem se cobrir
com o mesmo pano símbolo mais lindo
_Plínio Sgarbi
22 -"O sonho acabou " - nov./2003
fumaças tragadas, gritos, canções, granadas
zunidos ficaram em meus ouvidos
nos pulmões o soluço comprimido
cabelos compridos e jeans desbotado
no bolso ainda o sonho bordado
_Plínio Sgarbi
23 -" Pescaria " - mar./2004
na ponta do anzol realidades finquei
dei linha ao corpo das ilusões
onde doces sonhos fisguei
nos minutos agora desabam as horas
as horas, as horas, sustento o tempo... fiquei
_Plínio Sgarbi
24 -"Incertezas" - jun./2004
um tudo acordar, conjunção viver
um mundo pudesse ser
sempre um presente
uma mensagem engarrafada
rompendo águas, guardando marcas
boiando nas ondas do mar
_Plínio Sgarbi
25 -"Cansaço" - jun./2004
descendo tortuosas vias
mascando um broto de cambuquira
assobiando, rain drops keep falling on my head
ao encontro da Cavalgada das Valquirias
porque talvez, porque sim
merecer um preço, um barranco?
encostar e balançar pra pegar no tranco
_Plínio Sgarbi
26 -" Pena " - out./2004
vale a pena enfrentar sofismas
despido de alguns prismas
vale a pena encarar os espelhos
apesar dos errados passos
pensar nos acertos
pesar a pena que vale sempre que for
seja tudo para viver o amor
_Plínio Sgarbi