Circense.
Meu coração sempre foi circense.
Fantasias, música alta, excessos e poesias encenadas.
Eu sou a bailarina que se apoia delicadamente sobre o elefante, ponderada e equilibrada, cujos passos necessitam de precisão para que um desastre não ocorra.
Sou o mágico cujo exterior todos conhecem com semblante sorridente, mas o íntimo permanece desconhecido e intocável aos olhos famintos da plateia.
Sou o menino que se reveste de coragem e enfrenta o globo da morte, afirmando para si mesmo que tudo ficará bem no final.
Sou os animais que ficam presos até que o espetáculo comece. Para que então, possam se libertar.
Sou cada um da trupe, cujos sonhos se entrelaçam no emaranhado de estradas que percorrem dia após dia, desbravando todos os cantos e não levando nada de lugar nenhum..
Apenas uma liberdade fresca e solitária que enche meu coração circense cada vez mais.