POEMINHA +/_ ONÍRICO

"os poetas nunca dormem"

Livro das cinzas e do vento

Dada recitava

um poema

que acabara de sonhar.

Do cheiro da urina

humana

tratava

porque a necessidade de mijar

o acordara.

Ó, cara!

disse o Babaca-Mor.

Como tens coragem

de estragar

nosso café da manhã

com esse troço de mau gosto?

E descarregou chumbo grosso

com seu aparelhinho de matar.

A única reação de Dada foi sorrir

com a boca do estômago

crivado de balas.

No son(h)o do poeta

tudo é vigília.

Kopán – 08/12/13 – 05h00 +/_

Jorge Lescano
Enviado por Jorge Lescano em 08/12/2013
Reeditado em 08/12/2013
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