Um lembrete da lembrança
"O que é o que é? Tem vida mas, não respira, tem asas e não voa; é como cola de gente que faz grudar a gente, ponte aérea da imaginação, que tem seu efeito, tamanho e duração. Nessa insegurança, surge a mansa lembrança, com ar de bonança e sua sustância, trazendo numa breque dourada o homem como bretanha, rumo a uma montanha sem bruma, acompanhado de fatos, ações e reações, para depois lançar-lhe num mar de espírito, a fim de revelar em única apresentação coletiva, os três segredos da vida humana: Atenção, atenção! Papel e caneta na mão! Com muita humildade, vivacidade e sinceridade, ouça o que vou lhe dizer o que a humanidade em oculto revelou a você: - Se no passado fui ingrata e amarga, na clareza do presente sou sensata e temperada, para estimular com graça e doçura o porvir, jogando por terra o orgulho, 'pedra de gelo', vencida pela sensível pele humana chamada 'perdão verdadeiro'. Agora, veja: - À minha esquerda o orgulho, pedra de gelo, que precisa de elementos para se solidificar, e tem o tempo como seu juiz, tornando-a forte e concreta. À minha direita, pele humana, perdão verdadeiro, tão sensível e resistente, capaz de fazer derreter o orgulho, mesmo com queimaduras e dormências por ele estigmatizadas. E agora o que era forte e concreto, transformou-se em pequenas, inofensivas e insignificantes gotas escorrentes, para lavar o que sujou a pele, como um desfile sem plateia. Agora tenho que ir, até que tu me lembres de lembrar as lembranças das boas obras no plantio da seara da vida por Deus concedida, e por certo no dia da colheita, serei lembrada por alguém. Essencial ao mortal, é a perseverança da lembrança nas fases da vida humana. Lembre-se!”
Ocasião: ao ouvir de uma ex-namorada: “Se pudesse inventava uma cola de gente para você nunca mais se separar de mim.”