Dos livros: Divagando e Versos & Reversos parte 7

ilusão id-ótica

Uma estrela de brilho reluzente

Formou uma sombra à minha volta

Perecia ser ela vir chegando

Ledo engano!

Só ilusão id-ótica.

Paraíso à coronéis

Oh 'Ilha' - já disse minha

Sem nunca minha ter sido

Inescrupulosamente

Não germinasse as sementes

Mas fostes - e ainda és

Paraíso à coronéis

Não de patente - somente

Por serem teus mandatários

Da plebe muitos otários

Aplaudem os seus algozes

Quem ousa v e r d a d e a r

Antes que galo cantar

Tem caladas suas vozes

Por suas asas podadas

Disfarçadamente mente

E os mercadores eclodem

Se vis poucos os percebem

São rotulados de e r e g e s

Quem se atreva explicitar

Que das flores , do pomar

Exala putrefação

Pacata população

Sofre acanhadamente

Não reclama, é conivente

Só Deus salva esta Cidade

Dos mercenários vorazes

De tanta esculhambação.

Tormento

Não mais me basta

As sombras que me seguem

Oh! Me carreguem

Antes que louco

Tornem-me

Tal pensamento

Transportem-me no tempo

Este tormento

Sucumbe-me lentamente!

Poeminhas/ Homenagem às Mulheres

Meiga, sensível

Dizem ser sexo frágil

Amor, esparge.

Sensível, meiga

Merece ser amada!

Mulher: ame-a.

Viver dispensa

Pois, desentendimentos.

Viva! - à mulher.

Oasis nas nuvens

Capim, palma, milharal...

Mera miragem.

ARREFECI

Um aroma estonteante

Exalou ao passar

E eu naquele lugar

Envolto em pensamento

Senti naquele momento

Pulsar mais forte o meu peito

Percebi pelo seu jeito

Seu olhar longe, distante

Divaguei por um instante

Dela quis me aproximar

Mas pra não incomodar

Arrefeci, fui embora

Quem sabe a encontre outra'hora

Se novamente passar.

POEMINHAS - H A I K A I

Oasis nas nuvens

Capim, palma, milharal...

Mera miragem

Nuvem tão bela

Lembra algodão doce

Se cair, comam

Lua linda eis que

Vem, nasce tão zen, bela

Faz lembrar dela

À beira da estrada havia

Uma linda camponesa flores silvestres ela colhia

Parecia uma princesa: mirava; sorria

À margem da BR vi

Cabisbaixo, homem maltrapilho

Face mutilada migalhas comia

Aproximei-me, percebi

Abastado n'outros dias

No paraíso m o r c e g u i s t a

M a m ó d r o m o s

Alastram-se indefinidamente

Pra Não Dizer Que Não Falei do Belo

É bom de vê o amanhecer nublado

Vê no cerrado esperança surgir

É bom de vê rebano enfileirado

Tangendo o gado um homem a sorri

É bom de vê gente apressada

Pelas calçadas ao trabalho ir

É bom de vê semblantes satisfeitos

Tendo o direito de lutar assim

É bom de vê um pássaro voando

O céu cortando o seu canto ouvi

É bom de vê as nuvens se formando

Enunciando que a chuva está pra vir.

À MARGEM

É triste neste País

Andar olhando de lado

Vê tanta gente sentado

Á margem sobrevivendo

Migalhas vão recolhendo

Dos lixões a céu aberto

Há ratazanas por perto

Dividindo as 'g u l o s e m a s'

É triste vê estas cenas

E não poder fazer nada

Estão de cara amarrada

É fácil saber porque

Por não terem o que comer

Deve roncar-lhes os estômagos

Percorrer caminhos longos

Qualquer resto é m e r e n d á v e l

Perverso meio sociável

Vejo tal bem distorcido

Ao menos dessem-lhes abrigo

O minimo recomendável.

Mesquinho Mundo Malvado! - parte 2

Mundo malvado!

Maracutaias massificam-se margeando malditas malversações.

Mal_caráteres manipulam massas, mantendo mordomias.

Madrugadas, menores maltratados/ maltrapilhos mendigam migalhas mastigáveis/ merendáveis - minimizam miserês macabros - moram marquises.

Mocinhas - meras meninas - molestam-se, mortificam-se moralmente (m a l a f o n a s meretrizes menosprezadas) melindram-se merecidamente - merecem melindrarem-se.

Mulheres machucadas mergulham manobradas, mitigadas, mistificam-se - mas moram malocas, mocambos.

Meios miseráveis, minguados - monocórdia mesmice milenar...

Mesquinhas mentes maquiavélicas manipuladoras: menosprezam, maldizem, manobram, manipulam maliciosamente, mergulham mundos magníficos - momentaneamente - mediocridade moral!

Malévolo, majestosamente mescla mentiras, mostrando mazelas, morticínios - maior maldade mundial!

Metrópoles, matutos magros - macrocéfalos - mastigam medias mornas.

Matungos malhados, m a r r e n t os, munindo machados, martelos, m u c h i l as muchas, margeiam matas maiores.

Mistificáveis, movem moinhos, moendo manjares mastigáveis m e l h o r z i n h o s: mingaus, morcegos - mestiços mastigam macacos - monotonia.

Meia-noite, mesa, mariposas marcam moradias - momentos maravilha: motivação mutua - mas, mera mesmice.

Muitos migram macilentos - morarão modestamente - menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo, maioria morre mendigando.

Mídia mostra menores metralhados, militares mandões.

Milionários maiorais, montam mansões magnificas; mordomos, m e r c e d e s, motoristas, mãos maiores.

Magnatas manobram milhões - mas maioria morre minguado: moradia meia-água - menos - m a u s o l e u s marmorizados.

Mesquinho mundo malvado; merece melhorar - merecemos melhore mais.

Mesmo morresse mastigado, mostraria:

Muda, mundinho marginalizante!!!

Cansaço.

Sonho indecente

Porém alucinante

Quando ela provocante

Jogou-se nos meus braços

Despida, só em pele

Satisfez o meu desejo

Acordei, sufocado

Com a saliva do seu beijo

Suor escorrendo

Coração acelerado

A bater descompassado

Ofegante de cansaço.

Pensei

Pensei de tudo saber

De nada sei ao certo

Por tal fiz muita bobagem

No peito árida estiagem

Fiz meu mundo tão deserto.

Oh tempo!

Oh tempo!

Por que demorastes tanto?

Se mal te fiz eu não sei!

Soubesse, não tinha olhado

Mas confesso, enfeitiçado

Percebi quando mirei...

Foi por engano que cliquei naquela foto

Mas quando noto

Aquela imagem tão singela

Me dei conta o quanto ela é bela

Seus olhos negros pareciam me mirando

Me procurando como quem algo perdeu

Era como quem queria encontrar

Do verbo amar

Os encantos de m o r f e u

No seu sorriso percebi adjetivos

Tão precisos fiz ali uma paragem

Sem me dá conta que seria só miragem

Com muito gosto ampliei aquela imagem

Indecifrável é o enigma e a magia

Pra sublinhar ainda mais tal nostalgia

Pela fresta da janela a lua entra

Sinuosa e romanceira enuncia

Qual melodia inebriante que acalenta

E as horas passam

Sem ter pressa lentamente

Tão reticentes

Qual neblina matinal

Quase amanhece

Vem o sono a gente dorme

Tem sonhos belos

Qual aurora boreal.

Agonia

Vento que embala árvores

Quando passas assovia

Peço-te leva-me contigo

Tira-me dessa agonia

Deixa-me daqui bem distante

Quando amanhecer o dia

Quero sentir novamente

Envolto n'alguma magia

Quem sabe possa acordar

N'um mundo de fantasia

Cansado de hipocrisia

Queria adormecer

E acordar no outro dia

N'um lugar bem diferente

Onde o SER valesse mais

Do que o TER qual ocorre

Em cada canto que chego

Percebo que a ganância

Alastra-se qual veio d'água

Quando desce morro abaixo

Aumenta e vai arrastando

O que encontra pela frente

Talvez seja utopia

Imaginar ser possível

Que isso venha a mudar

Porém pra qualquer destino

Jamais ninguém chegaria

Sem da o primeiro passo

Mas para que isso aconteça

Precisa alguém começar.

(Rascunho ainda)

Chuva fininha

Acordar de manhazinha

Abrir de leve a janela

Chuva fininha caindo

Beijando suave a rosa

Do roseiral que colhí

A rosa que dei pra ela

No galho de uma árvore

Canta alegre um sabiá

Como que veio trazer

Um recado pra me dar

Ela que mandou dizer

Que 'inda está a m'esperar.

Entorpecida Mente

Minha entorpecida mente

Mente

Sente

Os efeitos

Dos meus feitos

Inconsequentes

Deseja

Planeja

Desaba

Impossibilitadamente.

INSÔNIA

Insônia

Saí à rua

Espantei-me

Com a beleza

Estonteante da Lua

Pareceu-me ver a silhueta

De um corpo de mulher

Estava nua

Rememorei tempos idos

Mirava-te

A desvencilhar-te lentamente

Das abas do teu vestido

Extasiado de desejo

Qual vulcão enfurecido

Qual abelha saciava-me

Do nécta da tua boca

Do beijo sabor de mel

Da mais nobre flor do campo

Sentia-me no paraíso

N'um pedacinho de céu

Quicá ao adormecer

Ao menos venha a sonhar

Nos dois naquele lugar

Nevoa em forma de véu

E uma brisa suave

Novamente nos soprasse

Ao amanhecer do dia

E que envolto em magia

Lentamente eu acordasse

Saciado tal qual antes

Mirasse a vir lá distante

Flutuando tal qual plumas

Você de braços abertos

Com seu sorriso marfim

Correndo de encontro a mim

Como tu fazias antes.

Bobagem sem nexo

"Muito prazer/ meu nome e otário..."

Êxtase para mim cada vez mais raro

Meu mundo é tão deserto

Meu amanha incerto

Pensei ser puro sangue

Sou mesmo pangaré

Caso você quiser

Fugir da melancolia

Afaste-se de mim

Esperance um novo dia

Adendo:

Minha poesia

Não tem pé não tem cabeça

Sem endereço

Sem começo meio ou fim

Palavras soltas

Meus lamentos meus tropeços

Rascunho tosco

D'onde vai parte de mim.

Tente

Tente

Persistentemente

Tente

Vez em quando

Necessário é

Até mesmo

Ser um pouco

Inconsequente.

Luiz Lua Gonzaga 100 anos hoje

Exatamente a cem anos

Lá pras bandas do Sertão

Nascia um menino pobre

N'uma árida região

N'um lugar chamado Exu

N'um casebre pobretão

Da chapada do Araripe

Bem jovem ele saiu

Buscar novos horizontes

Determinado partiu

Para o Rio de Janeiro

Destino lhe conduziu

Cantou e encantou o Mundo

Levando sua mensagem

A saga do nordestino

Da música fez reportagem

Assim sensibilizando

Com sua singela imagem

Com sua sanfona branca

Alegrou muitas gerações

Pobres, ricos, pretos, brancos,

Sem descriminação

Assim logo consagrou-se

O nosso rei do baião

Neste treze de dezembro

Dedico tão breves versos

A sua memória Lula

Que toda gente confesse

Você foi embaixador

Deste sofrido Nordeste.

Até o g o o g l e homenageou seu Lua.

A OUTRA PARTE

Viver é arte

E na arte do viver

Aprender faz parte

Aprendo a cada dia

Que fiz mau feito

A minha parte

Aprendo que não devia

Querer ser o que não sou

Que meu jeito i n s a n d e c i d o

Que na arte do amor

Não fiz direito a lição

Fiz o meu auto descarte

Que por ser inconsequente

Me envolvi facilmente

Que sempre que investi

Somente eu me envolvi

Faltou-me habilidade

De 'envolver a outra parte.

C'UMERA A VIDA NO SERTÃO

Sou matuto sou roceiro

Me criei nos cafundó

Sou sertanejo da gema

Lá das banda dos moco

Quando o Sol tá bem a pino

Castiga o côro sem dó

Campeei gado nas brenha

R a n q u e i t ô c o fui carreiro

Morei em casa de taipa

A d i s p o i s fui ser o l ê r o

Fiz tijolo até fiz teia

Pás galinha fiz p u l e r o

Num fiz teia cu'ma aranha

Mar pá c u b r i r os c e l ê r o

Donde guardava os provento

T r a b a i o d'um ano i n t ê r o

T o m b é m pá fazer tapera

Qui'abrigava us c u m p a n h e r o

Nos tempo de t r u v u a d a

As g o t ê r a p r e t u b a v a

Pingava pru todo lado

Nos cantinho n o i s ficava

I n c u í d o tá quá pinto

In riba dor moi de fava

Seu m i n i n o se'eu li conto

O c ê d i f í c e acredita

A vida de sertanejo

Até parece desdita

Mai juro q'era assim mermo

Quem viu de perto acredita

Nos tempo de verão brabo

Nas catinga eu mim' fiava

Meu pai cun 'a i t r o v e n g a

Ar macambira cortava

F a c h ê r o m a n d a c a r ú

Era o qui a gente i n c o n t r a v a

Fazia grandes coivara

E os i s p i n h o queimava

Antes de 'o fogo apagar

O rebanho i n b o c a v a

No m e i daquelas coivara

A p o i s a fome era braba

Os b i c h i n c u m i a tanto

Qui as veis i n t é se babava

Pá num vê aquelas cena

Meu pai de lá se 'arrancou

Trazendo c'um ele n o i s

Conselhos do nosso avô

Pá mode a gente i s t u d a r

Pois se a sorte ajudasse

Uns pudia ser doutor

I s c o l a num tinha lá

Naquelas brenha esquecida

Meu pai juntou toda t r e n h a

Vendeu pá buscar guarida

Vinhemo i m b o r a pra cá

Pá recomeçar a vida

Eu já era m u l e c o t e

C'um doze anos de 'idade

I s t r a n h e i q u i n é m a gota

A vida aqui na Cidade

Mermo assim fui me ajeitando

Pegando capacidade

Mermo assim istudei pôco

Pois prucê eu já taludo

Ví tanta muir facêra

Mui min gracei de verdade

Poquin aprendí a ler

Essa 'é a pura verdade

Pur isso as tantas tronchura

Qui rasbiquei nesses verso

Mai achei qui era bom

Contá pá todo Universo

Qui a vida de sertanejo

Era assim mermo eu confesso.

SE MISTURO

Não sei se isso é ser inconsequente

Mas parte de mim é impulsiva

Outra parte um tanto reticente

Se misturo uma parte n'outra parte

Posso ser um tanto displicente

Talvez nem sempre consistente

Porém, sempre contundente...

ESPERANÇA

Que cheiro gostoso

De chuva na terra

Alegrando o povo

Dessa região

Tomara oh Deus

Acabe a penuria

E traga fartura

Pra nosso sertão

Se brota o verde

Esperança volta

Vida se renova

Obstinação

Tomara Deus

Chuva venha breve

Abunde alegria

Dentre 'esse povão

DESVAIRADO TEMPO

E nesse rítimo aluscinante

A onde vou chegar não sei

Só sei que corro contra o tempo

Que sem pudor

Meus sonhos desfez

Desvairado e insano

O tempo passa

Levando os nossos sonhos

Na bagagem

Os dissolvendo

Quais fossem fumaça

Pois ele, o tempo

Só leva vantagem

E o tempo

Ah, o tempo

Tempo presente

Passado futuro

Tempo insolente

Talvez obscuro

Que mexe com a gente

Nos deixa inseguros

E o tempo passa

No Universo pulsa

Conduz toda espécie

Cria e recria

Falece a matéria

Pro' outra re-surgir

E no tempo todos

Queremos seguir

Tempo companheiro

Senhor da razão

Tempo aventureiro

Nessa imensidão

Sou eu forasteiro

Tentando entender

O por que no tempo

Pretendo viver

ESPUMAS AO VENTO

Qual as gotas de orvalho

Nas manhãs de primavera

Qual o brilho do rubí

Qual fosse insana quimera

Assim reluz e fascina

O brilho dos olhos dela

Não sei se'é uma princesa

Ou um anjo querubin

Só sei q'o sorriso dela

Brilha qual fosse marfin

Por onde ela passa

Deixa Um aroma de jasmim

Seu cabelo mais parece

Pluma leve esvoaçante

Como que para aguçar

Meu desejo estonteante

De começar a sonhar

Qual os sonhos dos amantes

Presente da Natureza

Corpo moreno cetim

Sequer preciso tocá-la

Para sentir q'é assim

Quando ela passa deixa

No ar um cheiro carmim

Até mesmo um vendaval

Q'ora por aqui passava

Transformou-se em calmaria

Seu cabelo acariciáva

Tal qual a brisa suave

A sua face tocava.

CHEIRO DE JASMIM

Qual as gôtas de orvalho

Nas manhãs de primavera

Qual o brilho do rubí

Qual fosse insana quimera

Assim reluz e fascina

O brilho dos olhos dela

Não sei se'é uma princesa

Ou um anjo querubim

Só sei q'o sorriso dela

Brilha qual fosse marfin

Por onde ela passa

Deixa aroma de jasmim

Seu cabelo mais parece

Pluma leve esvoaçante

Como que para aguçar

Meu desejo estonteante

De começar a sonhar

Qual os sonhos dos amantes

Presente da Natureza

Corpo moreno cetim

Sequer preciso tocá-la

Para sentir que'é assim

Quando ela passa deixa

No ar um cheiro carmim

Até mesmo um vendaval

Que' hora por aqui passava

Transformou-se em calmaria

Seu cabelo acariciáva

Tal qual a brisa suave

A sua face tocava

SILÊNCIO

Palavras que as vezes dizes

Até mesmo em teu silêncio

Fazem-me refletir sobre

Aqueles breves momentos

Doce lembrança somente

Que feneceram com o tempo

O teu suspiro traduz

Uma esperança distante

Teu bocejar certamente

O cansaço dos amantes

De esperar por alguém

Que por certo está distante

Discretamente disfarças

O teu vazio aparente

Mas olhando se percebe

O que passa em tua mente

Memórias de doces dias

Que vivestes certamente

SUPRIMA-SE

É envolto em sentimento

Que no peito atrofia

Bloqueia-se a auto estima

Suprime-se a ousadia

Abdica-se o melhor

Que é da vida a magia.

DECIDI

Que me desculpe o tédio

Descobri um belo antídoto

Ante a melancolia

Cai fora desilusão

Decidi vou mergulhar

No mundo da fantasia.

MENTE-SE

Cotidianamente mente-se

Diz-se o que não se sente

E assim a vida segue o curso

E incoerentemente

Acredita-se -

Nossa entorpecida mente.

VERSOS & REVERSOS

Os versos e reversos das escolhas

Que se faz ouvindo a voz do coração

Muita vez só então a solidão

Traduz os erros

Os equívocos da razão.

RENUNCIAS

Lembrança do que não se teve

Saudade do que não se deve

Renuncias por quem não se atreve

Certeza que um tempo não chegue.

DELÍRIO DOCE

Que sentimento é esse

Que invade a alma

Que inflama o peito

Que de longe acalma

Um delírio doce

Que dá calafrios

Que não vê perigo

Em caudalosos rios?

FONTE

O sonho sonhado

Não cura ferida

Mas é lenitivo

pras dores de amor

Tal qual fosse fonte

Em meio a desertos

Assim é na vida

De um sonhador.

ESTÁTICAS ESTÁTUAS

Estáticas estátuas

Sem vida têm vida

Assim é na vida

Da vida de quem

Re-surge pra vida

Se a vida de alguém

Cruza seu caminho

Revive também.

DEVERAS

As ilusões são deveras

Alimento para a alma

Magia que nos envolve

Na tormenta nos acalma

Fantasia-se o impossível

E nossos sonhos embala.

FELICIDADE

Objetivo almejado

Desejado, cobiçado

Onde será que se esconde

A tal senhora

Ou senhorita?

Seja uma ou seja outra

Pelos muitos que a buscam

Deduzimos: é bonita.

Quando pensamos nela

Quase sempre

Rebenta no peito

Um sentimento cortante

Afiado qual o fio da navalha

Todavia doce

Qual favos do mais puro mel

Pode ser que se esconda

N'um pequeno paraíso

N'um cantinho impreciso

Um pedacinho de céu