Pai d’égua II
Uma festa pai d’égua na expressão do paraense ou cearense é uma festa muito boa, assim como uma festa arretada ou porreta na linguagem do baiano.
No texto anterior, eu disse que conhecia o termo pai d’égua como sendo de origem cearense, em razão de uma historinha que ouvi contar.
_ Em São Paulo, no bairro do Brás, um cearense resolveu fazer uma festinha para seus conterrâneos e advertiu ao porteiro do salão para exigir identidade dos entrantes, pois a festa era exclusivamente para cearense. Um legítimo “cabeça chata”, de Maranguape, a terra de Chico Anísio, chega lá sem documento e logo foi barrado. Ainda diante do porteiro, coçou a cabeça e resmungou: “É danado, perder uma festa pai d’água dessa só por falta de documento!”
_ E o porteiro: “moço, pode entrar, pelo pai d’égua eu sei que você é cearense”.
Mas, a origem parece que é mesmo do Pará, muito embora cada um defenda como sua. Como o cearense é mais andarilho, pode até ter copiado do paraense. Ainda deixo a palavra com os dois.