Sem esperança de renascer
Não tenho mais esperanças
de renascer para a vida.
O caminho, a vida e o sol,
agora estão manchados de sangue.
Sangue que escoa das veias abertas,
de vítimas inocentes,
de todos os bombardeios.
Nos ouvidos estão retumbando,
o eco dos passos marchando,
e o som das vozes emocionadas
que falam do grande fim.
As sombras caíram!
Cairam as sombras sobre todos os caminhos,
todos os meus caminhos,
sobre a minha vida.
Sombras e sangue
apagaram o sol,
e eu não tenho mais nada
que possa me guiar.
Tudo está escuro,
mas mesmo assim eu caminho,
sem luz, sem sol, sem nada,
eu ainda caminho,
procurando em algum lugar,
um pouco de luz e de paz,
procurando em algum lugar,
o caminho da remissão
que se inicia quando se aproxima a morte.
E sei que ela é na verdade
a única certeza
que posso ter na vida.
Ela é a realidade,
o fim de todas as dúvidas
e o início de outras tantas.
E toda a minha vida,
eu percorri caminhos,
busquei no infinito,
forças para continuar,
procurei obter alento,
para seguir rumo ao encontro...
Passei toda a minha vida,
procurando não faltar
ao meu último encontro.