UM SUSTO E O PODER DA SUPERSTIÇÃO INCUTIDA NUMA MENTE RACIONAL

Estava quase dormindo no sofá enquanto pensava sobre o dia quando ouvi nos meus pensamentos a pergunta alta e clara:

_Quer?

Meu coração perdeu uma batida, senti um frio no peito e levei um susto que me arrepiou todos os pelinhos do braço e da nuca, no exato e exíguo espaço de tempo entre a letra 'q' e a entonação do ponto de interrogação.

Levei menos de meio segundo para perceber que aquela voz era a minha e a pergunta era uma lembrança da hora em que eu oferecia, sem querer realmente dar, o último chocolate da caixa à minha filha de 15 anos.

Minha mente racional soube explicar a voz e o contexto da memória mas meu corpo reagiu aos comandos cerebrais orientados por uma formação cultural supersticiosa que acredita em fantasmas.

Que veronha...

Vi cair por terra minha certeza de que manteria a cabeça fria e as emoções sob controle caso presenciasse qualquer fenômeno dito sobrenatural.

Para vocês verem o poder onipresente e nocivo da formação cultural supersticiosa.

Ainda estou refletindo sobre as conclusões a que se pode chegar sobre convicções intelectuais e reações emocionais e as consequências destas últimas na construção do imaginário e da mitologia.

Se bem que esse assunto já encheu.

Iama K
Enviado por Iama K em 14/07/2011
Código do texto: T3093997