Fidel está morto - mas, admite agora remorrer...
Fidel está morto - mas, admite agora remorrer...
Fidel está morto. E pelo jeito, não quer mais fingir que vive.
O velho zumbi parece ter encerrado, enfim, a resistência à visita da indesejada das gentes e já admite remorrer.
Um ser humano morre quando deixa ou não pode mais respirar. Um homem morre quando perde sua humanidade. Mas, certos tipos - cuja personalidade se define por idéias autoritárias, ações violentas, objetivos egocêntricos e, finalidades torpes, somente se transformam em zumbis - para desespero da natureza, e tristesa e castigo de muita gente.
Castro foi por aí, confundiu seu ser e sua vida com a idolatria senil e as praxis obtusas do marxismo, que, ante o retumbante fracasso, o deixou viúvo, entregue àquilo que estava no fundo de sua alma, isto é, a sanha pelo poder a qualquer custo, tendo, por isso, se trasformado num morto vivente e muito esperto.
Igual a muitos outros chefes de regime comunistas, ele quer se reestinguir exigindo homenagens sem fim e respeito pelo restrospecto de destruição da economia e dos mínimos traços de civilidade, além dos assassinatos em massa, prisões arbitrárias, abuso de poder, corrupção e toda a sorte de desgraças causadas em seu país.
Castro nada teme, agora que reiventou seu destino, pois sabe que um outro zumbi de sua gerontocracia está a postos, para continuar a impingir um governo ditatorial sobre Cuba - ainda que pelo suposto prazo limitado por 10 anos (conforme as decisões de uma convenção do PC cubano), quando deverá também remorrer por decreto.
E não falta quem perpetue a memória e ressalte os feitos do morto, mundo afora. No Brasil, por exemplo, deve haver mais defensores e simpatizantes do roto Fidel e seu governo ditatorial e assassino do que habitantes em Havana. Dependendo desta gente, Fidel está eternizado e já a caminho da canonização.
Mas, Fidel está mesmo morto. E a gerontocracia dos Castro definha, depois de ter extenuado a economia, o Direito e as vidas dos cubanos.
A esperança, porém é um sentimento resistente e quase inexplicável. E a resistência humana, algo além da razão e do sacrifício.
Todavia, imagino o desafio que é viver numa ilha assombrada e governada por gente historicamente morta!
A blogueira Yoani Sanchez, por exemplo, sabe muito bem o que é isso, conforme pode-se ver da leitura de seus fantásticos textos, em http://www.desdecuba.com/generaciony/
Fidel já não recusa remorrer, embora exija preitos, homenagens, funeral de herói e panteão - porque todo o resto do que há em Cuba e serve à esperança e à vida, já não lhe pode servir ou ser objetivado.
Logo, logo, Raul o seguirá. E outros, e outros...
Enquanto isso, as flores, que só sabem de nascer e definhar, brotam insuspeitas entre jardins, gretas de muros e terrenos baldios de Habana Vieja...