Um clamor de um músico
“Ah se pudéssemos entender que nem tudo se revela pela via da plausibilidade. O amor é como um milagre que não se explica, mas se comunica, o amor cuida do corpo, é grato ao coração, se prolifera no berço da finitude racional e renasce na difusão da alma imortal. Me chamam de louco pelos os meus devaneios, mas se tornam insanos pelo os meus anseios descomedidos e perdidos na desordem que o amor é capaz de me causar. Eis aí o fundamento do amor, estar fora da ordem para ser governado por ele. Ah! Se eu pudesse amar sem imaginar ou vislumbrar o amor sem sentir, eu não teria pra onde fugir. Estou fadado a esta prisão, abduzido pela emoção. Na clínica do amor eu canto sem dor, o meu cantar espanta os males, isto é sinal que a paz me almeja, a tristeza se ausenta, a alegria adentra, o amor fecha às portas, perde as chaves nos sonhos e se esquece que lá fora isolou a solidão. Dormindo, sonhei que criava conceitos e agora acordado, escrevo esta canção para alcançar os enfermos de amor pela via da inspiração.”
Ocasião: sonhei que escrevia este texto no teto do meu quarto.