A Escrava que virou Embaixatris
Se contenta em ser o ar que respiras
a água onde te banhas
o creme que suaviza a tua pele
as palavras que soletras
responder ao que te faz sofrer
te dar abrigo ao anoitecer
te acolher como nos sonhos
ser o copo que deleitas
te apoiar como poltrona
o lume da fogueira, ser
a retina verde dos teus olhos negros
pulsar em sangue nas tuas veias
recolher-te como adorno
um instrumento a teu belo prazer
o "Tic tac" de algo inexistível, uma bomba
a bolha de ar, suficiente sería
se a asopras e tudo cintila, e eu voo
Para uns és escrava, para ti a Embaixatris de não poder