Como o mundo vê o Brasil?

"[Ao ir ao Brasil, meu] primeiro objetivo é aprender. O segundo é avaliar se podemos melhorar e aprofundar as relações entre os dois países. Quando penso hoje no Brasil, vejo que se tornou o primeiro país do mundo que dá mais ênfase ao desenvolvimento social do que ao econômico. O Brasil acredita que a economia deve servir à sociedade e não o contrário. Os melhores avanços do Brasil são na área social e não na econômica. Destaco também a enorme tolerância do povo brasileiro. O Brasil é o primeiro país a fechar os olhos para discriminações raciais. Pessoas de todos os espectros da sociedade vivem juntas. E há um terceiro fator que ninguém comenta muito: fala-se apenas de países como Índia e China emergindo, mas a ascensão brasileira é ainda mais impressionante. Sobretudo porque o presidente Lula vem superando uma série de problemas, da corrupção à falta de disciplina, trabalhando sem perder a alegria. Então, quero ver as novidades, do programa Fome Zero, às pesquisas do uso do etanol. Há países fazendo um trabalho novo. Acho que preciso aprender. Há muitas mudanças e avanços significativos também nas áreas de ciência e tecnologia. Há algum tempo, iria ao Brasil e pensaria no Rio de Janeiro, uma cidade incrivelmente bela, no Carnaval, em diversão. Gostaria muito de ir um dia ao Carnaval. Mas hoje o Brasil não é apenas sinônimo de diversão, mas uma revelação política, econômica e social. Para um homem jovem como eu, que gosta de ir à escola e fazer a lição de casa, é preciso ver de perto a realidade. Temos boas relações e podemos enriquecê-las. Há ainda uma comunidade judaica importante para Israel, que quero visitar" (Shimon Peres, presidente de Israel. In FolhaOline, 7 de novembro de 2009, <http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u648988.shtml>.

Obrigado, Shimon Peres.

Dos nossos problemas internos cuidemos nós, os brasileiros! (Outro dia, o economista Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia de 2008, alfinetou o Brasil e os brasileiros ao dizer, em Buenos Aires, Argentina, que o Brasil não saiu da condição de "esperança", de "país do futuro". Daí a referência aos "nossos problemas". É, no mínimo, deselegante a opinião do Nobel e elegante a de Shimon Peres.

"'Tem gente que pensa que a inteligência está ligada à quantidade de anos de escolaridade que você tem. Não tem nada mais burro que isso. A universidade te dá conhecimento, aperfeiçoamento. Inteligência é outra coisa. A política é uma das ciências que exige mais inteligência do que conhecimento'" (...) "A vida é assim: as pessoas falam o que querem ouvem o que não querem... A vida é assim, a vida é dura" (Lula, presidente do Brasil. In FolhaOnline, 7 de novembro de 2009, <http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u649064.shtml>.

Concordo, Lula. E falo por experiência própria!