O amor que sobra

"Quem aprende a ser sozinho, aprende a amar melhor, porque o amor que dá é de 'sobra' e não de 'falta'" (Maria Cecilia Hequidorne, Recantista).

Julguei essa frase tão completa que transcrevi para cá de um comentário da autora em um dos meus textos, em uma página única, em sinal do meu agradecimento à Maria Cecília.

Sou dos mais dedicados a defender a vida compartilhada, como sou aferrado na defesa da idéia de que temos de ser inteiros para nos darmos mais saudavelmente a um outro também inteiro (veja meu texto "Ética do pão". Porém, ideias de "alma gêmea", "tampa da panela", "sem você não sei viver", "metade", "você me completa", quando tocam o sentido ôntico, são solenemente ignoradas por mim. Exemplo: o que terá uma pessoa carente a oferecer? Se é carente, carência é o que ela colocará à disposição do outro. Por isso, em nome da saúde do meu corpo e da minha mente, tanto quanto da minha alma, estou fora!!!

Que os meio humanos, meio gente, meio pessoas, meio amantes, os medíocres (os do meio) perdoem estar tentando vivenciar isso que a vida me ensinou, tanto quanto me mostrou que somente pessoas integrais podem se dar ao projeto de comerem do mesmo pão.