Nem às paredes confesso

A partir de hoje, publico aqui algumas coisas que escrevi há muito e mofam nas gavetas. Não tem nenhum tratamento especial; da maneira como as encontro, publico-as.

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De há muito anseio a profissão de escritor; mesmo antes de aprender a escrever.

Quem não tem firmeza argumentativa nem domina o básico da língua, não precisa me elogiar, ficando quieto já me ajuda. Mas, se quiser me meter o pau, o faça com grandeza argumentativa e gramatical. Pois, minha vingança será afiadíssima!

Não sou puxa-saco de militar. Apenas acho-os dedicados aos estudos, disciplinados, asseados, bons de cama e metem a mão na cara, quando é necessário.

Não sei lamber ninguém. Sou seco, sou coração de pedra, sou sertanejo, cearense, carrego sangue dos icós. Gosto de comer as pessoas. Os amigos, em decúbito, no plano horizontal, dorsal; os inimigos, com sal, pimenta e palitinho.

Não confio no homem que não tem inimigos. Este é capaz de dá por mera covardia.

Até aqui, só me arrependo de uma coisa: não ter servido ao Exército.

Os arco-íris são penas que despencam da calda dos pavões que enfeitam o terreiro da casa-grande de Deus.

Quando olho no espelho, só uma coisa me envergonha: ter transado com animais aos 17 anos.

Ceda a toga imunda às armas engomadas, esmeradas, cristalinas e gel nos cabelos curtos.

Morram todos os titãs da mascarada e ou fendada brasileira.

Não me interessa quem decepou a genitália de Napoleão. Eu quero é rir de um déspota sem pau.

Que vá para os braços de Satanás tudo quando for arauto da democracia que obriga a votar...

O pescoço que não está à disposição da guilhotina, serve apenas para nada.

Sejamos obedientes aos bons princípios e golpistas ao mau-caratismo.

Tudo o que é bom, neste país, é relegado à segundo ou terceiro planos. Só o fútil tem vez nesta sociedade doida.

Às vezes acho que sou bicho. Não tenho piedade nenhuma com aquilo que me desagrada.

Não me acho inteligente, alias, não o sou deveras. Mas ando demasiadamente intolerante com a burrice.

Ejacular, até então, era o que mais me instigava e animalizava, no bom sentido. Veio-me a frigidez e uma avalanche de cabelos brancos. O jeito, então, é dedicar-me à literatura e arrastar os dias. Foda, já é.

Coesão? Coerência? Dois cacetes!

Daqui a 10 anos serei completamente assexuado, uma barriga do tamanho do Pão de Açúcar, as doenças a pedirem abrigo em mim... Em compensação, estarei escrevendo muito melhor. É isto que me ajuda a prosseguir firme.