do meu livro labirinto.. baixe-o aqui...

Sabe aqueles dias em que agente diz para nós mesmo: hoje foi um dia muito bom para se viver! Valeu à pena acordar! Foi isso que senti. E minha alma pulava de alegria ao conceder para mim um dia tão impar, onde pude distrair meu coração, sentir que nem tudo estava perdido, poderia viver e até sonhar em ser feliz de novo. Poderia se quisesse dar uma resposta para meu vizinho filosofo. Dizer para ele que a minha vida valia muito a pena ser vivida. Mas eu não poderia me enganar tanto assim, acreditar que por conta daquele almoço, tinha o direito de sonhar tão alto.

Porém, a minha realidade era bem diferente. Voltaria eu para minha casa, um quarto aperto nos fundos de um restaurante que também funcionava como pensão em Copacabana, onde me esperava tarefas domésticas. Lavava e passava minha própria roupa, preparava minhas aulas de música. Outra atividade que me dava muito prazer. Não estou reclamando da vida, minha carga era um tanto mais leve do que a do armando, ou mesmo das duas boas almas que cuidavam dele.