As vezes buscamos o melhor nas
PESSOAS e sabemos que todos
ERRAM, não porque querem errar e sim
PORQUE, as oportunidades as fazem errar.
QUEREM de alguma forma viver de uma
maneira que não as ajudam a crescer.

COM CARINHO
ANGELICA GOUVEA






As pessoas erram porque querem?



Todos são bons, mas nem todos sabem disso...

Quanto mais faço a experiência de conhecer as pessoas mais acredito no ser humano. A medida que vou me descobrindo e descobrindo os outros, mais se torna forte em mim a certeza de que as pessoas são boas.

Todos recebemos de Deus muitas capacidades e podemos fazer coisas boas, todos somos capazes de acertar. O homem é uma criatura fantástica, dotada de inteligência, bondade, sensibilidade, entre outras virtudes, que, se estimuladas de maneira certa, assumem uma fecundidade surpreendente.

Acredito que ninguém erra porque quer, ninguém é infeliz querendo ser, com consciência disso. Todos querem ser felizes, é impossível que alguém goste de ser frustrado, mas, nem todos sabem realmente qual caminho trilhar para alcançar a felicidade.

A mentalidade vigente (paganizada e hedonista) ilude por demais as pessoas. Tem gente vivendo o adultério, o homossexualismo, os vícios, etc, acreditando cegamente que está certo, que está no caminho da felicidade, porque aprendeu a vida inteira que o que vale é somente o prazer, "a todo custo", e que é somente este que vai lhe trazer a autêntica alegria.

A mídia secularizada (e conseqüentemente paganizada) nos formou, fazendo-nos acreditar que precisamos viver somente o agora (pragmatismo), buscar o prazer agora, sem pensar no amanhã, criando assim uma geração (em grande parte) irresponsável e frustrada; porque buscando alegria num imediatismo inconsistente, só encontrou insatisfação, e evidentemente, colhe hoje os terríveis frutos de sua infeliz busca.

É necessário avaliar a formação familiar de cada individuo. É difícil para um pai que foi educado a base de pancadas, entender que é com amor que se educa um filho, e mesmo quando ele entende, é necessário um esforço enorme para que este consiga traduzir em gestos o amor.

Pra quem nunca recebeu amor, amar, e deixar-se amar é uma violência, ainda mais se tal pessoa não tem uma experiência do amor de Deus.

Pessoas que tiveram histórias duras, de desamor, muitas vezes até tentam amar, mas não conseguem, tentam externar o amor, mas acabam por encontrar-se encarceradas no território da própria limitação. Pessoas assim amam como podem, como hoje são capazes. Uma resposta dura pode ser uma forma de amar, imperfeita sim, mais pode ser uma manifestação de amor.

Muitos dos que hoje são considerados ruins, o são por causa das condições e influências que sofreram, outros também, sentem-se como que obrigados a serem assim, por medo de serem massacrados pela vida e pela sociedade.

Há quem acorde de madrugada, trabalhe o dia inteiro, depois enfrente o transito estressante de uma grande cidade, e quando chega em casa de noite não consegue ser gentil com os seus, como gostaria de ser... entenda-se bem, nossos problemas não podem servir de justificativas para nossos erros, mas não se pode negar que estes são fatos que influenciam em nosso comportamento. Isso nos leva a compressão do ser humano em suas diversas características, não encobrindo suas fraquezas, mais focando-o com mais misericórdia e paciência diante de seus limites naturais.

Compreendo que viver bem o Cristianismo é lutar cotidianamente para entender as pessoas, sem fixar-se na superfície, na aparência, procurando compreender o porque de cada atitude, de cada reação. Mais uma vez ouso dizer: Ninguém é ruim porque quer, existem fatores condicionantes que levam as pessoas a serem o que são, fatores que podem ser desmistificados e até mesmo extirpados com um pouco de paciência e compreensão.

Todos são bons, mas nem todos sabem disso...

Eis aí uma bela forma de ser Cristão; levar ao ser humano a consciência do valor que se tem, fazendo-o acreditar na vida e nas próprias potencialidades. Assim daremos a esperança o direito de se estabelecer vitoriosa, dando a vida a oportunidade de ser mais feliz.

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Adriano Zandoná
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Seminarista e missionário da Comunidade Canção Nova. Reside atualmente na missão de Palmas (TO). É formado em Filosofia e está cursando Teologia. Apresenta o programa "Contra-maré" pela rádio Canção Nova do Coração de Jesus, aos sábados das 16h às 18h. Através do site www.arquidiocesedepalmas.org.br também é possível acompanhar aos sábados toda a programação ao vivo