Porque faço do silêncio....pontes
há muitos anos e não chego nunca
nem ao meu peito?


ACONCHEGO NA ALMA

A tradição cultural do pensamento tenteu nos mostrar diversos caminhos para encontrarmos a nós mesmos, seja como uma identidade racional(Descartes), seja como uma faculdade natural (Rousseau) e originária deste ser humano técnico que somos e convivemos hoje em nossa sociedade. Não só você Isa, mas talvez nosso mundo contemporâneo, não possa escapar a esta pergunta tão profunda e ao mesmo tempo tão na superfície de nossa atual cultura. Profunda porque nos surge como angústia, e "superficial" porque é impossível não se perguntar sobre a necessidade de um tal silêncio que nos conduzisse a uma região tranquilizadora. A História da loucura de Michel Foucault, em dada perspectiva, é uma ensaio sobre o silêncio, mas não se trata de um silêncio voluntário, que partisse da vontade individual do sujeito que raciocina e tem como critério da verdade a clareza e distinção (Descartes). Como se pudessemos apagar nossa existência nos momentos de crise, e acendê-la quando a névoa escura tivesse passado: este é o sujeito cartesiano, o ser humano máquina, esse humano técnico que experimentamos ser, sem poder dizer não a partir de certo silêncio. Por que tentamos o silêncio sem êxito? Talvez por que o silêncio, como afirma Foucault, já esteja também dominado, cruscificado, e morto em sua própria lingua. Em suma, é uma terrivel linguagem racional o que somos, e da qual tentamos escapar, nós contemporâneos, e por isso buscamos uma outra fonte, talvez o coração, como palavra final de nós mesmo!...
Enviado por Tom Muniz em 27/11/2008 13:43
para o texto: Sem resposta (T1305928)      DE NOVO OBRIGADA TOM


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ysabella
Enviado por ysabella em 27/11/2008
Reeditado em 27/11/2008
Código do texto: T1305928
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