Serpentes, maçãs, entre outros jogos de azar
Há medo em tudo que queremos fazer. Toda mudança tem sempre algo que nos diz de uma maneira sutil, que não vai dá certo. Tem sempre um pecado novo a nos acompanhar esperando uma fraqueza, da nossa parte, para mostrar a cara.
O segredo talvez seja ousar. Mudar a velha trilha. Ouvir outro tipo de música. Criticar menos. Avançar mais. Desenterrar menos esqueletos e olhar o novo, citar o mais moderno. Usar e abusar dos exemplos de gente viva, que mora perto da gente.
Não ficar de longe somente observando apenas para criticar quem tem coragem de fazer algo, seja bom ou ruim. Não importa o que se faz – mas ação de quem tem vontade e coragem de realizar alguma coisa construtiva.
Quase sempre nos colocamos excluídos, quando falamos do povo. Numa análise pouco apurada – parece que não fizemos parte dele e, estamos falando de algo muito distante, que não nos envolve – apenas usamos para separar, o que é nosso e o que não é.
Uma abelhinha fabricando mel – ou vislumbrar o homem pisar na lua. Há algo maravilhoso na natureza que costuma passar despercebido e não menos maravilhoso o homem que também é a própria natureza.
Às vezes falamos algo, mas as pessoas não entendem – costumam interpretar a maneira delas sem qualquer auxílio do interlocutor.
Acho muito estranho, os auditórios lotados, com “pastores” a sua frente, em pedestal, de barro, às vezes dançando, cantando ou se mexendo de forma retícula querendo chamar a atenção, de pobres almas, desiludidas da vida, fragilizada, por amores, serpentes, maçãs, entre outros jogos de azar.