palavras
Seu olhar tão denso, mas quando chego perto sinto frio.
Qualquer coisa diga logo. Qualquer coisa, menos a indiferença.
Um tiro se ouviu. Uma parede ruiu. Um amor partiu.
Sigo – sem avenida. Sem Rua – sem vida.
Um pouco de sensibilidade. Um pouco. Talvez antes do fim.
Se de perto ninguém é normal, como diz Caetano – de longe – desigual.
Choro – talvez por sua ausência. Ou quem sabe por sua presença ausente.
Troque de calçada, mude de esquina, mas deixe seu endereço.
Derrube a flor, mas, por favor, preserve o broto.
Duas caras – sentidos opostos.
A escada, o gato, a superstição, nem passou por debaixo.
A escola – repete manda decorar o livro – depois cobra tudo que o autor fez.
A mãe ainda espera que o filho lhe obedeça sem deixar claro a razão de ter nascido primeiro.
Um passo no escuro – talvez seja o casamento.
A união sem fazer força.
Daquilo tudo. Tudo daquilo que não sei.
A emoção de avião. Ou de um ônibus lotado. Via de mão dupla. Rico ou pobre tem que saber aonde quer chegar.