A Cobra o Jardim e o Sapo.
Em um jardim muito bonito e cheio de flores, insetos e pequenos seres alados, como colibris e borboletas, era um verdadeiro éden. Mas no chão do jardim morava um ser que não era muito desejado pelos moradores daquele ambiente colorido. Ele era feio, lento e tinha verrugas pelo corpo, apesar de ser pacífico e muito útil para o controle de pragas no jardim. No entanto, ali no chão do jardim, morava também uma cobra que há muito tempo observava o sapo, que precisava se movimentar pelo jardim sempre à noite e com muito cuidado, porque ele sabia que as cobras têm o sangue frio e não suportam o clima da noite. Mas a cobra, muito esperta, foi falar com um velho inimigo do sapo, o gafanhoto Verdinho, e disse: "Meu amigo, eu descobri onde o maldito sapo fica escondido durante o dia. É uma toca que fica embaixo do pé de rosa vermelha. Preciso de você para pegá-lo." Mas o grilo, amigo do sapo, estava ouvindo tudo embaixo de uma pequena folha.
Com os olhos arregalados e os ouvidos alertas, mal o pequeno inseto respirava. Mas, quando o perigo passou, o grilo correu com toda a força para a toca do amigo. Quando chegou na toca, ele mal conseguia ficar de pé. Então o sapo falou: "Para que essa pressa toda, meu amigo?" O grilo, ofegante, respondeu: "A cobra e o Verdinho estão tramando uma conspiração contra você, meu amigo." Então o velho sapo parou e pensou por alguns minutos, e disse: "Grilinho, vá lá no lado sul do jardim e conte o que está acontecendo para o Mangusto e fale que é urgente." Mas, enquanto o grilo estava ausente, a cobra e o gafanhoto cercaram o sapo, que ficou sem saída. Mas uma formiga operária estava passando no local e viu aquela cena triste. Ela soltou a folha e correu para o formigueiro. Chegando lá, falou o que estava acontecendo para o soldado que estava patrulhando o formigueiro. Imediatamente, ele formou um exército e marchou cantando: "Vamos salvar o sapo, vamos salvar o sapo, vamos lá, vamos lá." Quando o gafanhoto olhou para aquele exército gigantesco, covarde como era, se escondeu entre as folhas mortas do jardim. E a cobra, que estava com o bote armado a poucos centímetros do sapo, foi surpreendida pelas formigas, que a atacaram. Mas foi só o suficiente para distraí-la. Nesse momento, todos pararam quando viram surgir, dentre as roseiras, o grande mangusto carmesim, que já chegou atacando a cobra. As formigas, o grilo, o sapo, as borboletas e os colibris começaram a torcer pelo mangusto. Enquanto isso, embaixo de uma folha seca, o gafanhoto Verdinho torcia calado pela vitória da cobra. A batalha durou horas até a cobra se render. Então foi conduzida pelas formigas para o tribunal, para pagar pelo seu crime. Ela foi banida do jardim. O mangusto recebeu um prêmio pela sua coragem, e o sapo ficou grato a todos que o ajudaram. Porém, o gafanhoto Verdinho, envergonhado, foi morar em um pântano lamacento e escuro, que foi o único lugar onde ele foi aceito.
Essa fábula foi escrita pelo meu filho, Andryan Alexandre