Tina, Tuca e o gigante

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-- Tina, vamos lá ver o gigante?

-- Tá maluca? Eu não vou lá, não. É perigoso. Quem vai lá morre envenenada, sabia? E sair de casa pra ir tão longe? Tô fora.

-- Pô, Tina, a gente já conversou sobre isso. Você prometeu ir comigo.

Tuca argumentou tanto com sua melhor amiga que acabou a convencendo a se arriscar na grande aventura. E lá foram as duas, rumo ao lado de fora do matagal, onde dizia-se que morava um gigante. No caminho iam conversando.

-- Já te contei, Tina, que eu já fui lá e entrei na casa do gigante?

-- Já contou. Trinta vezes.

-- A casa é gigantesca. Dentro dela tem coisas gigantescas, tão estranhas que não dá pra saber para que servem. Tem tanta comida que não acaba nunca, e ele guarda tudo num prédio branco sem janelas, que fica dentro da casa.

-- Sério? Isso você não tinha me contado.

-- Tem muita coisa que não te contei, pra não estragar a surpresa. Você vai ver tudo hoje.

-- Tuca, sabia que eles são deuses?

-- Larga mão de ser besta, Tina. Você não pode acreditar nessas coisas. É o que diziam também dos gigantes que moravam no Monte Olimpo, muito muito muito tempo atrás. Eram apenas gigantes de uma raça diferente, maiores que esses que existem hoje em dia. Naquele tempo, os gigantes diziam que os gigantes maiores eram deuses, e tinham medo de ir lá na casa deles, porque se fossem geralmente morriam.

-- É verdade, também já ouvi falar nisso. Não sei como você entrou na casa dele, se tem veneno por tudo na casa.

-- É, eu sei. Acontece que o gigante manda jogar o veneno de vez em quando. Mas agora faz tempo que não manda mais, e o veneno sumiu.

Quando as duas melhores amigas chegaram perto da casa do gigante, Tina ficou de boca aberta. A casa era um paredão imenso, todo liso, quase da altura das árvores mais gigantes da floresta. No meio do paredão havia uma abertura retangular, para o gigante entrar e sair. Era impressionante.

Tuca observava a surpresa da amiga e se divertia. A surpresa maior ela teria quando visse o gigante pessoalmente. E de fato assim foi. Logo que entraram na casa, passando pela fresta embaixo da porta, avistaram o gigante, que andava de um lado para o outro.

-- Caracas! Ele existe mesmo... - exclamou Tina. -- Deve ter quase duzentos centímetros de altura.

-- Não te falei? Pra tu ver. Você fica se gabando que tem mais de nove milímetros, diz agora que você se acha muito grande ah! ah! ah!

Anderson Luiz Ferreira de Souza da Silva, o gigante, viu as duas formigas no chão da sala e pisou em cima delas.

-- Está na hora de dedetizar de novo essa casa -- disse ele, resmungando.

Marco Antonio Mondini
Enviado por Marco Antonio Mondini em 19/11/2024
Reeditado em 19/11/2024
Código do texto: T8200012
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