Conto Inspirado Esperando Aviões
"Esperando Aviões", de Vander Lee, é uma canção profunda e poética que fala sobre a espera e a incerteza que muitas vezes nos acompanha na vida. A música retrata a solidão, a esperança e a busca por algo que pode não chegar.
Era uma manhã cinzenta, o tipo de dia que parecia se estender sem fim. Na pequena estação de trem da cidade, Clara se sentou em um banco, olhando para os trilhos enquanto o vento frio acariciava seu rosto. O relógio na parede marcava as horas, mas o tempo parecia ter parado.
Ela costumava esperar por alguém, um amigo de longa data, que sempre prometia visitá-la em um dia qualquer. As promessas eram como aviões que nunca decolavam. A expectativa a sustentava, mas a solidão também a abraçava, como um velho casaco que ela não se atrevia a abandonar.
Os passageiros passavam apressados, cada um preso a seus próprios destinos, mas Clara parecia ser a única que ficava. Com um caderno em mãos, ela rabiscava versos sobre a vida, sobre os amores perdidos e as esperanças que pareciam flutuar como nuvens no céu.
“Talvez hoje seja o dia”, ela pensou, buscando uma razão para permanecer ali. Mas as horas se arrastavam, e as sombras no chão se alongavam. Ouvia o som distante de motores de aviões, mas nenhum deles aterrissava ali. Aquela era uma estação em que os sonhos faziam escala, mas nunca chegavam ao seu destino.
Às vezes, conversava com os estranhos que se sentavam ao seu lado. Havia um homem de chapéu que contava histórias de viagens pelo mundo, uma mulher com uma bolsa colorida que falava sobre sua busca por um amor perdido. Clara sorria e ouvia, mas no fundo desejava que as histórias delas se tornassem também suas.
Então, em um momento de inspiração, Clara começou a escrever uma nova história, uma que falasse sobre superar a espera. Ela desenhou personagens que não resignavam-se à incerteza, que decidiam criar seus próprios destinos.
Quando o sol começou a se pôr, tingindo o céu de laranja e rosa, Clara respirou fundo. Ela percebeu que, embora seus dias fossem preenchidos de dúvidas e esperas, havia beleza na incerteza. E ao invés de olhar para os aviões que passavam acima, ela decidiu que poderia ser a arquiteta de sua própria jornada.
Levantou-se do banco, guardou o caderno e caminhou com passos firmes, deixando para trás a estação. Afinal, a vida é feita de escolhas, e ela estava decidida a não mais esperar. Os aviões poderiam passar, mas ela voaria de suas próprias asas.