João Ninguém,o encantador de cavalos
Numa noite de lua cheia, Vovó Onça reuniu JPzinho e Leia ao redor da fogueira, enquanto o vento suave sussurrava entre as árvores.
— Hoje vou contar a vocês a história de João Ninguém, o encantador de cavalos — começou Vovó Onça, com os olhos brilhando ao refletir o luar.
— João Ninguém? — perguntou Leia, curiosa. — Que nome engraçado, Vovó!
— Pois é, querida — respondeu Vovó Onça, sorrindo. — João nasceu pobre e sem muitas posses, por isso as pessoas achavam que ele não era ninguém. Mas o que ninguém sabia é que João tinha um dom especial. Ele sabia falar com os cavalos de um jeito que só ele podia.
Certa vez, João foi chamado ao castelo de uma linda princesa, que tinha um cavalo tão selvagem que ninguém conseguia domar. Ela ouvira falar do talento de João e, com o coração cheio de esperança, pediu a ele que fizesse o cavalo dançar.
João chegou ao castelo modesto, mas com confiança. Ao ver o cavalo, sussurrou algumas palavras mágicas que apenas ele conhecia. Para surpresa de todos, o cavalo parou de relinchar e começou a mover-se com leveza, como se flutuasse no ar. A princesa, encantada, pediu para ver mais, e João, com um gesto, fez o cavalo rodopiar pelo pátio como se estivesse em um salão de baile.
— E o cavalo dançou mesmo, Vovó? — perguntou JPzinho, com os olhos arregalados.
— Ah, dançou sim! Dançou tão bem que a princesa se apaixonou pela dança e por João. Mas João, humilde como sempre, disse que não queria riquezas nem fama, apenas a liberdade de continuar encantando os cavalos do mundo.
E assim, João Ninguém, que aos olhos dos outros não era ninguém, tornou-se o herói do castelo, conhecido por seu coração puro e por sua conexão mágica com os cavalos. E a lua cheia, que brilhou naquela noite, sempre aparecia para iluminar as histórias de João.
Vovó Onça terminou a história, olhando para o céu, enquanto a lua parecia sorrir para os netinhos.
— E essa é a lição de hoje, meus amores. Nunca subestimem o poder da bondade e da humildade, pois é aí que mora a verdadeira magia.
Helena Bernardes, outubro 2024