A Lenda dos Amores Eternos

Há muito, muito tempo, antes que o mundo tivesse o formato que conhecemos hoje, dois seres de pura luz habitavam os céus. Eram chamados Sol e Lua. Não eram as estrelas que vemos no céu, mas espíritos eternos, forjados pela própria essência do universo, destinados a se encontrar e se amar em um ciclo eterno de separações e reencontros.

Diz a lenda que Sol e Lua eram almas/chamas gêmeas, criados a partir de uma mesma centelha de luz cósmica. Durante milênios, eles vagaram pelo universo em busca um do outro. Sol irradiava calor e vida, preenchendo galáxias com sua energia vibrante, enquanto Lua refletia uma beleza serena, iluminando os recantos mais escuros da criação. Mesmo separados pela vastidão do espaço, eles se sentiam conectados por uma força invisível e irresistível, um amor tão imenso quanto o próprio universo.

Certa vez, depois de incontáveis eras de buscas solitárias, Sol e Lua se encontraram em um canto distante do cosmos. O choque de suas luzes foi tão intenso que criou novas estrelas, nebulosas e mundos. Nesse momento, eles souberam que seu amor era maior que o tempo, maior que o espaço. Suas almas finalmente se completaram.

Porém, o universo, em sua complexidade, não permitia que dois seres tão poderosos permanecessem juntos o tempo todo. Sol e Lua foram forçados a se separar mais uma vez, obrigados a trilhar suas jornadas por caminhos opostos. Mas, em sua despedida, fizeram uma promessa: “Nunca estaremos realmente separados, pois somos feitos da mesma essência. A cada nascer do sol, eu pensarei em ti, minha Lua, e a cada anoitecer, saberás que estou lá, esperando por nosso reencontro.”

E assim foi. A cada dia, quando o Sol ilumina a Terra, ele se despede com a promessa de reencontrar sua Lua ao cair da noite. E Lua, em sua jornada solitária, reflete o brilho de seu amado, iluminando o caminho dos corações que se perdem na escuridão.

Mas, nas raras e mágicas ocasiões conhecidas como eclipses, Sol e Lua se encontram. Durante esses instantes, o mundo para. As árvores suspiram, os ventos sussurram, e o universo celebra o reencontro dessas duas almas que, apesar de todas as adversidades, continuam a se amar, resistindo ao tempo, à distância e às provas da eternidade.

O amor entre Sol e Lua é o exemplo perfeito de que, mesmo quando as tempestades da vida chegam, quando o tempo e a distância parecem separar o que é verdadeiro, o amor sempre encontra um caminho. Eles sabem que, apesar de todas as estrelas e espinhos, cada reencontro é como o primeiro - aquele de uma primeira página de um livro aberto: uma explosão de alegria, luz e paixão, que reaviva a força que move os mundos.

E assim, a lenda diz que, enquanto o Sol e a Lua existirem, o amor deles será eterno, pois sua união vai além deste mundo, além do que os olhos podem ver. Eles não precisam de palavras para explicar, pois cada movimento do céu, cada riso e cada lágrima, ecoa a verdade incontestável de que o amor verdadeiro é invencível, eterno como as estrelas e profundo como os mistérios do universo.

E nas noites de eclipse, os amantes do mundo se reúnem, pois sabem que o amor deles é celebrado pelas próprias forças do cosmos, como uma promessa de que as almas que se amam sempre encontram o caminho de volta, mesmo que precisem percorrer milênios de busca e esperança.

Criado a partir do texto "Além de tudo, além do infinito" (Maria).