A formiguinha e o elefante

Era um dia de primavera, a formiga já saíra da toca, e passeava alegre pelas trilhas ensolaradas, cobertas de folhas de amora e pétalas de acácias; que delícia de refeição... era preciso saber escolher a mais saborosa e nutritiva, a mamãe formiga sempre lhe orientara: não pegue qualquer folha filha, saiba escolher sempre seu alimento, e ela sempre fora obediente, atenta aos conselhos da mãe; mãe sabe sempre tudo. Ao olhar para o céu - adorava o azul do céu, os pássaros cantando saltitantes nos galhos das frondosas árvores daquela floresta - deu de cara com as trombas de um elefante , um loxodanta cyclotis, pensou a formiga- sempre tão curiosa em conhecer tudo sobre o reino animal... tremeu de medo, esses brutamontes eram impiedosos, se não tratavam os seres pequenos com sua truculência, arrogância e desprezo, os esmagavam apenas com um dedinho de sua pata; mas, parece que, nesse dia, estava de bom humor- já havia saciado sua fome com os generosas galhos de árvores, e ali estava só para contemplar a natureza; então, ao ver a formiguinha, ali, sozinha, entabulou uma conversa amigável:

- oi formiguinha, bom dia! Você está bem? Precisa de algo? Quer que a leve até seu formigueiro?

Surpresa, a formiguinha correspondeu à gentileza do elefante e, amavelmente, respondeu:

- obrigada senhor elefante, tô de boa, parei só para filosofar um pouco. Às vezes fico pensando no comportamento de alguns animais, sempre tão seguros de si, arrogantes, com um ego de elefante, rsrsrs, também me sinto assim quando me saio bem em minhas tarefas e sei que isso não está certo. Não é legal. Minha mamãe sempre me alerta : cuidado com o ego minha filha, cuidado... um dia ele pode explodir... O elefante, com suas orelhas imensas, ouviu atentamente, o discurso sábio da formiga... pensou, pensou e depois discorreu sobre o assunto:

- sabe formiguinha, sua mãe está com a razão. É preciso não se deixar levar por nossa vaidade... fazer o melhor, sempre, esperar o melhor resultado, sempre, alegrar-se com o sucesso, mas, não deixar que isso mude a nossa essência, a pureza de nossos corações. Imagina, eu, grande como sou – peso quase quatro toneladas! - deixar me inflar por meu ego? Onde iria parar? rarará. Riram os dois muito, muitos bons minutos. Cessado o acesso de riso, toma a palavra a senhora formiguinha: vamos fazer um trato Senhor elefante? - - Olha, toda vez que notarmos que nossos egos estão inflando, vamos pegar um bom espinho da Rosa silvestre e, com maestria, fazer o trabalho da psicologia: reduzi-lo a um saco murcho, o que você acha?

- Nossa, tão minúscula, e tão gigante no pensamento, eu diria: pensamento de elefante , rarara.

@palmabenvinda

Bemtevi
Enviado por Bemtevi em 17/09/2024
Reeditado em 17/09/2024
Código do texto: T8153395
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