AMIGOS INSEPARÁVEIS MAIS O CAVALO ROXINHO

Mais um amanhecer na fazenda. O galo feliz, estufa o peito para a contenda e a música do despertar ele emenda.

Faísca espreguiça, languidamente acorda para a vida. Felícia e Tigrão também acordam com o barulho do galo cantando:

“Que bicho esgoelado, parece desvairado e ainda balança a cauda! ”

Tanto barulho para nada pois a luz já circunda a casa. Todos tomam o seu café para poder ficar de pé. Faísca, Felícia e Tigrão ganham bolo com ração. Faísca doido para correr, pelos pastos a descer, a Felícia e Tigrão vão no encalço, brincando e dando saltos. De repente vão pasto acima, subindo a colina resolvendo mudar a rotina. Lá no alto está o Roxinho, um cavalo bem manso e solitário. Os amigos resolvem visitá-lo sem saber qual será a reação do cavalo.

“O Roxinho é bem assustado, já chegou aqui sem ser cavalgado. “ -explica Faísca:

“Ele é bem reservado, de pouca amizade, a mim um coitado. ” -emenda a gata Felícia.

Chegam ao pasto onde está o cavalo.

“É um bicho muito grande, minha mãe. Diria que é um gigante, igual nunca vi antes. ” -sussurra o Tigrão.

“Meu filho, vamos dar uma oportunidade, oferecer nossa amizade. ” -incentiva a gata Felícia.

O cavalo põe-se a olhar e aqueles bichinhos admirar:

“Olá, sou o Roxinho. Não tenham medo, meu tamanho assusta, mas sou da paz. ”-diz Roxinho.

“Viemos te visitar, quem sabe um dedo de prosa até trocar? ” -fala o Faísca.

“Que felicidade por essa visita, embora pareça esquisita. ”-argumenta Roxinho.

“Porquê, Roxinho? ” -pergunta a gata Felícia.

“Ninguém vem aqui, a não ser meus donos. Trazem frutas, capim, folhas e conferem tudo, meu bem-estar em primeiro lugar. Essa noite foi dureza, vejo tudo e tenho certeza que o Saci-Pererê estava ali, me irritando a todo momento. Carinha chato e brincalhão, deu um nó na minha crina, aquela aberração! ”-divaga o cavalo Roxinho.

Os amigos se entreolharam e acharam o cavalo um otário.

“E o que você fez com esse Saci-Pererê? ” -perguntou o Faísca já achando o cavalo Roxinho para lá de doidinho.

“Não fiz nada e nem corri. Com ele só ignorar funciona, perde a graça e vai embora. Pior é o Caipora, quando vem sempre demora. Conversa muito e fuma mais, enquanto não acaba não me deixa em paz! ”-justifica Roxinho.

Tigrão se aproxima da mãe e cochicha:

“Minha mãe, esse cavalo é doido, primeiro a cor dele é marrom e chama Roxinho. Depois vê esse Saci e o Caipora. Certeza que comeu algum cogumelo por aí. ”

A gata Felícia entra na conversa:

“Roxinho, viemos oferecer nossa amizade, podemos vir ver você todo dia e conversar sobre qualquer coisa, será uma alegria.

O cavalo Roxinho desvia o olhar para a Felícia e diz:

“Que bom, podem vir, amizade aceita, tenho que ir. ” E se afasta sem nem um tchau. ”

“Ele ficou feliz, certamente. Já o vi ter a mesma reação quando a dona vem aqui, venho com ela todo dia para fazer-lhe companhia e também por curiosidade. A cada dia o Roxinho tem uma novidade. É um bicho bem interessante e desafiante. ”-explica Faísca.

Felícia e Tigrão contentes com a explicação já aceitam o novo irmão. Os amigos inseparáveis são bem razoáveis, voltam para casa pois as horas já passavam. Sempre muito unidos, enfrentando todos os perigos. No próximo dia mais aventuras a eles estarão reservadas...

Maria Cristina Amaral Oliveira
Enviado por Maria Cristina Amaral Oliveira em 22/07/2024
Reeditado em 22/07/2024
Código do texto: T8112468
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