A Bíblia e os Contos de Fadas: Um Conto Satírico

Imagine, se puder, uma grande sala de aula celestial. Ali, sentados lado a lado, estão personagens bíblicos e heróis dos contos de fadas. No quadro negro, em letras douradas, lê-se: "A Influência dos Contos de Fadas nos Meios de Comunicação".

 

Começa a aula, e o prof. Jeffy, já avançado de idade, é um velho sábio, bêbado e com uma barba longa e branca, inicia sua “aulinha de merda”, como diria uma antiga aluna  :

Hoje, vamos explorar como a literatura infantil e as histórias do Velho Testamento se entrelaçam, respondendo às angustiantes fragilidades morais e pessoais da humanidade.

 Os alunos – uma mistura de príncipes, sapos, profetas e gigantes – se ajeitam em suas cadeiras.

Vejamos o exemplo de Pinóquio, continua o velho Jéffy, apontando para um boneco de madeira sentado na primeira fila.

 - Nosso amigo aqui é uma versão moderna do profeta Jonas, que teve sua própria aventura aquática dentro de uma baleia. Jonas fugia das exigências de sua consciência – ou superego, se preferirem – tal como Pinóquio tenta escapar de sua responsabilidade.

Pinóquio Profeta, com o nariz incrivelmente comprido por todas as mentiras que contou durante a aula, coça a cabeça de madeira, perplexo.

"Espera aí," diz ele, "então sou um profeta disfarçado de brinquedo?"

 

O professor sorri e acena positivamente. "Exatamente! As histórias da Bíblia e os contos de fadas sempre estiveram comprometidos em edificar a essência crítica de crianças, jovens e adultos. Jonas tinha sua baleia; você tem Gepeto e o Grilo Falante."

Do fundo da sala, um príncipe encantado ergue a mão. "E quanto a nós? Onde nos encaixamos nessa história toda?"

"Ah, meu caro príncipe," responde o professor, "vocês são os exemplos de moralidade e bravura, enfrentando dragões e quebrando maldições – não muito diferente dos heróis bíblicos que derrubaram gigantes e dividiram mares."

 

Os alunos começam a murmurar entre si, a compreensão finalmente chegando. De repente, um sapo vestido com uma pequena coroa pula para a frente. "Então, a Bíblia é como um grande conto de fadas, mas com mais lições de vida e menos varinhas mágicas?"

 

"Bem, não exatamente," responde o professor, rindo. "A Bíblia e os contos de fadas servem propósitos similares em diferentes contextos. Ambas são ferramentas poderosas para ensinar e guiar. Frequentemente surge monstros que utilizam da bíblia para ganhar dinheiro e para justificar os seus pré-conceitos.

Mas, basicamente as histórias da Bíblia se concentravam em fragilidades humanas e a busca por redenção, enquanto os contos de fadas abordam essas questões com um toque de magia e fantasia.

E assim, na grande sala de aula celestial, as histórias do Velho Testamento e os contos de fadas encontraram um terreno comum, revelando que, no final das contas, todos nós estamos apenas tentando entender o mundo à nossa maneira – seja através de um peixe gigante ou de um nariz que cresce quando mentimos.

Jeferson Santos Albrecht
Enviado por Jeferson Santos Albrecht em 18/07/2024
Reeditado em 18/07/2024
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