Joca e Casé: Amizade Entre o Céu e a Terra
Joca era um rato com um sonho diferente: ele queria voar como os pássaros. Sempre que falava sobre seu desejo, seus companheiros de colônia riam dele. "Ratos não voam, Joca!" diziam. Cansados de suas histórias e sonhos impossíveis, decidiram expulsá-lo da colônia. Joca então foi viver sozinho no chão forrado de folhas da floresta.
Uma noite, enquanto Joca estava em sua nova morada, ouviu um barulho estranho. Curioso, saiu para investigar e encontrou um morcego ferido entre as folhas. O morcego, Casé, havia sido atacado por uma coruja enquanto caçava insetos. Apesar de ferido, conseguiu escapar, mas caiu na floresta. Joca ficou surpreso ao ver Casé, pois parecia um rato com asas. Mesmo admirado, não fez perguntas e apenas cuidou da asa do "rato voador".
Casé agradeceu a ajuda e passou a noite na toca de Joca. Enquanto o morcego descansava, Joca não conseguia parar de pensar: "Será que posso voar, mesmo sem asas?"
No dia seguinte, já não aguentando mais a curiosidade, Joca perguntou: "Qual é o seu nome?" O morcego respondeu: "Meu nome é Casé. E você, é um rato?" Joca, confuso, perguntou de volta: "E você, é um morcego sem asas?"
Os dois ficaram em silêncio por um tempo, até que Joca disse: "Agora estou realmente confuso." Casé concordou: "Eu também."
Joca então contou sobre seu sonho de voar. Casé, ao ouvir isso, decidiu que quando sua asa estivesse curada, tentaria ajudar Joca a realizar seu sonho. Mas antes, decidiram buscar a sabedoria de um velho corvo que vivia nas proximidades.
O corvo, conhecido por sua sabedoria, ouviu as dúvidas dos dois amigos e explicou: "Joca, você é um rato. E você, Casé, é um morcego. Apesar de vocês serem parecidos, não são da mesma espécie." O corvo então explicou detalhadamente as diferenças entre ratos e morcegos.
Convencidos e mais esclarecidos, os amigos voltaram para a toca. Joca contou a Casé sobre seu sonho de voar, e Casé prometeu ajudá-lo assim que se recuperasse.
Alguns dias depois, enquanto exploravam a floresta, uma codorna levantou voo de repente, assustando Joca, que fugiu como uma bala. Casé, ainda incapaz de voar apenas se arrastava, ficou paralisado no chão. Joca, após correr muito, lembrou do amigo e voltou para encontrá-lo muito assustado. Eles retornaram juntos para a toca.
Naquela noite, Casé disse a Joca: "Meu amigo, apesar de sermos parecidos, pertencemos a grupos distintos de animais. Eu dependo das minhas asas para sobreviver, e você da sua anatomia para viver aqui no chão da floresta. Você é da terra, e eu sou do ar. Você anda aqui na terra, e eu voo no céu."
Joca entendeu e respondeu: "Seja no ar ou na terra, sempre seremos amigos."
E assim, Joca e Casé viveram lado a lado, cada um em seu próprio elemento, mas unidos por uma amizade que transcendeu as diferenças entre o céu e a terra. Joca aprendeu que seus sonhos podiam ser realizados de formas inesperadas, e Casé valorizou ainda mais a ajuda e a amizade que encontrou no chão da floresta.