Voo alto
Muitas vezes, as pessoas reclamam da vida dizendo que a sorte não bateu à sua porta. Ou, então, alegam que alguns se deram bem na vida porque nasceram em berço de ouro. Mas será isso mesmo? Ou está faltando uma tomada de iniciativa?
Certa vez, um homem encontrou um ovo de águia e o colocou para chocar junto aos ovos de uma galinha. Os ovos eclodiram e a pequena águia foi criada ali, junto aos pintinhos, como se fosse uma galinha. Vez ou outra, ela alçava pequenos voos, assim como faziam as galinhas. Passava os dias no quintal, revirando a terra, na busca de alimento, adaptando-se à vida de galinha.
Um dia, ao ver uma sombra passar rápido pelo chão, olhou para cima e avistou uma águia que realizava um voo alto e majestoso. Isso foi motivo para ela refletir-se sobre a riqueza da vida de águia ao galgar espaço físico tão alto. Todavia, a águia, que pensava ser galinha, deveria ter tentado seu voo alto. Mas faltou-lhe proatividade, pois acabou morrendo, tempos depois, como "águia-galinha", junto às galinhas.
Essa realidade é inerente à vida do ser humano: é bom que o homem promova-se em adaptações, seja ela qual for. Porém, ele tem que ser proativo quando as situações peculiares dele exigirem.
A partir do exposto, conclui-se que ser galinha tem o seu valor meritocrático, no entanto, ser águia, no sentido literal, também tem seus méritos. Dessa forma, entende-se que, trazendo essa história e ideias para o ser humano, é pertinente afirmar que o voo alto condiz com a natureza individual, natural ou circunstancial das espécies.
Ranon Machado