Urubu invejoso.
Certo dia, em uma densa floresta, um urubu de plumagem escura e olhos inquisitivos se deparou com um majestoso pavão, cujas penas resplandeciam sob a luz do sol. O urubu, envolto em sua própria inveja e amargura, abordou o pavão com um tom de superioridade.
"Como você suporta carregar esse fardo de beleza?" perguntou o urubu, com um ar de desdém. "Suas penas coloridas são um convite aberto aos predadores, e seu penacho extravagante deve ser uma fonte constante de desconforto. E aquela cauda extravagante, com olhos que parecem espreitar a todos ao seu redor, deve trazer mais temor do que admiração. Eu, por outro lado, agradeço todos os dias por ser um simples urubu, livre desses fardos."
O pavão, sereno e orgulhoso de sua própria natureza, respondeu com calma: "Caro urubu, você enxerga apenas o que parece ser um fardo para mim. Minhas penas são minha glória, uma expressão da minha essência. Elas me fazem quem eu sou, e embora possam atrair perigos, também atraem admiração e beleza. Meu penacho e minha cauda não são fontes de desconforto, mas sim símbolos da minha nobreza e elegância. Eu agradeço todos os dias por ser um pavão, e não trocaria minha beleza por nada neste mundo."
No texto apresentado, o sentimento de inveja é evidenciado pelo urubu ao expressar seu descontentamento em relação à beleza e elegância do pavão. A inveja se manifesta através de sua soberba ao destacar as supostas desvantagens e desconfortos que o pavão enfrenta devido às suas características distintivas. O urubu, ao comparar-se ao pavão de maneira depreciativa, revela sua incapacidade de apreciar a singularidade e a beleza alheia, alimentando assim seu próprio ressentimento e descontentamento com sua própria condição. No entanto, ao final do texto, o urubu parece ter uma revelação, percebendo que sua inveja o impediu de reconhecer a verdadeira beleza e valor em si mesmo e nos outros. Essa reflexão culmina em uma lição filosófica sobre a importância da autoaceitação e da valorização da diversidade, indicando um possível caminho para superar os sentimentos de inveja e alcançar uma compreensão mais profunda da própria identidade e da dos outros.
Alexandre Tito