O Porco-espinho e o Senhor Cacto.
— Ái! - Você me espetou com seus pontiagudos espinhos, seu desatento! - gritou o Poco-espinho bravamente ao robusto Cacto que, ao perceber a situação, manteve-se em silêncio. - Você não percebe que precisa cortar estes seus afiados espinhos?! Você não percebe que isso é um perigo?! Eu poderia ter morrido! Você não diz nada?! Você apenas me olha?!
— Meu caro Porco-espinho, vejo que o senhor é um pouco desatento. O senhor é dotado da graça da locomoção. Eu não. Logo, Quem veio em minha direção foi o senhor. Não o contrário. Aqui ao meu lado há uma placa em que se pode ler “Cuidado! Planta espinhosa”. Como o senhor estava distraído, não percebeu e esbarrou em mim. Não fui eu quem lhe espetou. Foi o senhor que a mim perfurou. Alias, inda está e está doendo muito. Em muitas ocasiões nós ferimos o outro e não percebemos.
Cheio de vergonha, o pequeno Porco-espinho afastou-se. Ambos entendedam a situação e trataram das feridas um do outro.