O escorpião e o sapo – A EVOLUÇÃO

O sapo chegou na beira do rio e lá estava um escorpião, olhando para a outra margem.

– Bom dia. Tudo bem aí? - falou o sapo.

– Tudo bem, amigo. E você? Vai atravessar o rio? - perguntou o escorpião.

– Pretendo.

– Você me ajudaria a chegar no outro lado?

– Não vem com essa conversa - respondeu o sapo. – Eu sei como acaba essa história. Você diz que não vai me matar quando chegar no meio do rio porque se fizer isso você também morre, mas chega lá e me dá uma ferroada, nós dois nos afogamos e você diz que matou porque é um escorpião e não pode fazer nada para mudar o destino.

– Verdade. Isso aconteceu no passado - disse o escorpião. – Não quer dizer que a tragédia deva se repetir eternamente. Veja: eu fui pra escola, estudei muito, agora sou HUMANO. Me tornei RACIONAL. Desenvolvi minha inteligência, posso controlar minhas emoções, meus impulsos. Sofro com o sofrimento dos outros, me alegro com a alegria dos outros. Posso pensar no meu bem-estar e também das pessoas que me ajudam, ou que precisam de mim. Agora eu sei que quando eu colaboro e coopero é melhor para todos, e quando penso só em mim estrago tudo, como fez o meu pobre antepassado, que matou o sapo e se afogou junto com ele.

O sapo ficou pensativo: qual seria a artimanha do escorpião, desta vez? Como não tinha estudado e desenvolvido a própria inteligência, não sabia o que fazer. Ele continuava sendo UM SAPO.

Mas o escorpião voltou a falar:

– Estava aqui pensando. Eu poderia construir uma ponte, ou um barco, e teria meu problema resolvido, mas no momento não tenho tempo nem os recursos. Então eu te proponho o seguinte: a gente pega aquele galho seco ali, amarra uma cordinha, eu subo no galho e você vai nadando e puxando a cordinha. Assim eu não posso picar você lá no meio do rio, e nós dois chegamos no outro lado em segurança. Veja, eu posso pagar pelo serviço.

O escorpião tirou do bolso uma pequena moeda de ouro reluzente e mostrou. O sapo viu a moeda, parecia um vagalume apetitoso, esticou a língua e FLOP! engoliu a moeda. Ele não conseguia se controlar.

Pra encurtar a história, os dois chegaram a um acordo, o sapo atravessou o rio puxando a cordinha, o escorpião se equilibrou em cima do galho seco e ambos chegaram sãos e salvos no outro lado do rio.

MORAL DA HISTÓRIA: se você é humano, pode sim mudar o próprio destino, julgar com benevolência, abdicar da violência e realizar apenas coisas boas, mesmo quando está na maior dificuldade. Não tem essa de “eu sou assim”, “o mundo é cruel, ninguém me ajuda então eu não ajudo ninguém”, “cuidar dos outros é coisa para santos”, “é a lei da oferta e da procura”, "quem pode pode, quem não pode se sacode", essas desculpas que usamos para tirar proveito às custas dos outros. A vida pode ser melhor, o mundo pode ser melhor, quando usamos a inteligência e somos solidários.