O SALTO DO SAPO
O dia passava rápido como o relógio que corre contra o tempo. Um pequeno sapo sonhava acordado em ser um saltador famoso. Ao jovem José nenhum obstáculo era imbatível para seus saltos já que a gravidade estava ao seu lado. Correndo, aproximava-se da rampa com velocidade extrema. Sem parar, avançava a cada passo que dava para ganhar vantagem na liderança, deixando os competidores para trás. Embora o suor escorresse pelo seu rosto, determinado em vencer a partida, pisou forte na rampa da pista que o fez voar para longe da Terra. A plateia não acreditava que aquele pequeno daria um passo maior na história.
Seu coração não para de alegrar-se com aquela sensação que o fazia livre de todos os pensamentos negativos. Aquele lindo voo garantiu-lhe o primeiro lugar na corrida dos sapos. José sorriu ao parear sob as estrelas que o guiava pela galáxia; flutuava sob os planetas que brilhavam com a sua chegada, dando as boas-vindas ao convidado. Aguardavam-no para a comemoração.
Chegando a Júpiter, pousou na sua planície a sua pele verde. José, de imediato, começou a brilhar com a trilha marcada pelas predas do planeta. O sapo ficou confuso ao olhar suas mãos, estavam esverdeadas fosfóricas. Era mais esverdeada que o normal da sua cor. Quando notou uma pista entrelaçada com os planetas do espaço, ficou surpreso ao vê-la, aparentava semelhança com a terra, no entanto, com algumas diferenças deslumbrantes.
Animado, queria participar da partida intergaláctica. Um novo desafio começaria, em breve, para, enfim, realizar seu sonho de criança. Ser reconhecido como um grande atleta era seu objetivo. Confiança tinha na vitória que o esperava na linha de chegada com um belíssimo troféu dourado reluzente.
Vendo um jovem sapo parado sob as estrelas cadentes, o castor ficou curioso com o recém-chegado de Júpiter. Encostando sua mão no ombro do sapo, apresentou-se como o juiz da grande corrida internacional do salto intergaláctico. Explicou-lhe que todos os participantes eram convidados a participar da corrida como representantes dos planetas onde vivem. Claro que o planeta mais conhecido do universo não estaria de fora da grande corrida intergaláctica. O público presente esperava por esse momento, já que a terra competiria com os outros planetas adversários.
O castor explicou ao José que foi escolhido pelos povos da galáxia para competir com os participantes dos diferentes planetas, convite este para mostrar o potencial que a Terra tinha para oferecer em uma corrida, que prometia ser emocionante, em que os ganhos fossem com os esforços dos talentosos saltadores que tinham muito a demonstrar a adrenalina nos corações da plateia.
Contou também que o brilho era para classificá-lo como um dos atletas intergalácticos, em que o verde seria ele saltando de planeta a planeta. O sapo, ouvindo a oportunidade que o castor estava a oferecer-lhe, entusiasmou-se ao saber que conheceria os famosos saltadores dos planetas, que tanto falavam e estaria sua carreira iniciando ao lado deles.
O juiz, vendo o sorriso no rosto de José, levou-lhe à festa para o jovem divertir-se antes da corrida. Lá, ele conheceu os seus adversários amigáveis. Todos dançaram ao ritmo da música, sem importar-se com a disputa, eram companheiros. Dias passaram e a amizade cresceu entre os atletas, inclusive o sapo que ganhou amigos de outros planetas.
No dia da corrida, o sapo preparado para a largada, assim que deu o sinal, correu como um furacão com os companheiros ao lado que também disputavam o primeiro lugar. José começou a saltitar na pista, pulos esses que lhe deram impulsos para ganhar velocidade sob os pés que o ajudaram a dominar a gravidade, seguindo à frente. Preocupação não existia nele, uma vez que ultrapassara os amigos.
Ninguém acreditava que aquele jovem tomou a liderança da corrida; acreditavam que suas pernas finas iriam deixá-lo no último lugar. Nem os outros competidores acreditavam que iriam perder para o amigo sapo. Por mais que adorassem o engraçado José, achavam sua capacidade física bastante fraca.
José pulava de planeta a planeta. Sua emoção era grande e com toda a adrenalina acumulada em seu coração. Quando um dos seus amigos aproximou-se dele e, além de empurrá-lo sem nenhum remorso e rir da sua queda na corrida, Jose não acreditou que esse tinha feito aquilo com ele. Abalado pensou em desistir, contudo sua determinação o levantou e prosseguiu em frente.
O que importava não era vencer e, sim, mostrar a sua capacidade para continuar a percorrer o sonho de ser atleta.
Alcançando o adversário, venceu assim que cruzou com a linha de chegada, fazendo com aquele falso amigo se arrependesse daquele ato covarde, pois estava com inveja das habilidades do sapo. Conquistando o troféu, os seus amigos e o povo do universo comemoraram sua vitória.
Assim que deu um passo, à frente, caiu, sem explicações, no abismo do universo. Assustou-se, não sabia o que lhe tinha acontecido para cair no vazio. Ao acordar, José estava deitado em sua sala de aula.